O índice de preços CEAGESP encerrou o mês de novembro com variação de 1,59% ante uma variação de 6,74% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o índice apresentou variação de 5,26%. Com o resultado obtido, o índice encerrou o período apresentando um acumulado de 13,31% no ano e 9,77% em 12 meses.
O destaque ficou com o setor de Legumes, o único a apresentar deflação no período. As ondas de calor ainda registradas nesse mês fizeram com que muitos produtores/comerciantes adotassem a estratégia de antecipar a colheita e o repasse dos produtos a fim de reduzir/minimizar as perdas. A razão disso foi a de que as altas temperaturas excessivamente prolongadas favoreceram o aparecimento de doenças na lavoura e, concomitantemente, o rápido amadurecimento dos produtos.
Setorização
O setor de FRUTAS variou 0,27% ante uma variação de 6,43% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de 5,68%. Dos 47 itens cotados nesta cesta de produtos, 59,57% apresentaram alta de preço. As principais altas ocorreram nos preços de MARACUJÁ AZEDO (+47,69%), PERA WILLIAMS IMPORTADA (+32,16%), BANANA NANICA (+20,03%), LARANJA LIMA (+15,67%) e PERA D’ANJOU IMPORTADA (+15,03%). As principais reduções ocorreram nos preços de MAMÃO FORMOSA (-26,65%), MAMÃO HAVAÍ (-26,54%), FIGO (-25,10%), MANGA TOMMY ATKINS (-24,61%) e MANGA PALMER (-20,43%).
DESTAQUES: Com o resultado obtido no período, o setor de Frutas encerrou o mês com um acumulado de 19,24% no ano e de 11,70% em 12 meses.
Típica desta época do ano, a baixa sazonalidade do maracujá azedo (redução em torno de 20% no volume de oferta entre os meses de outubro e novembro) resultou na alta dos preços. Contudo, segundo os agentes de mercado, a previsão para o próximo período é de que o produto continue se valorizando no mercado atacadista devido às fortes chuvas ocorridas nas regiões produtores.
As grandes tempestades ocorridas no Vale do Ribeira, principal região produtora de banana no estado de São Paulo (SP), alagaram as áreas plantadas. Por outro lado, a demanda pelo produto se manteve forte no período, o que acabou impulsionando a alta de preço principalmente para a variedade Nanica.
O ritmo acelerado da colheita dos mamões nas regiões produtoras promoveu um aumento médio de 19,3% na disponibilidade do item no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP). Os preços de ambas as variedades, Havaí e Formosa, apresentaram baixa volatilidade no mercado atacadista. Porém, os dados do ano passado indicam tendência de valorização do produto no mercado atacadista já para o próximo período. Com a aproximação da estação mais quente do ano, a demanda por mamões, segundo os agentes de mercado, costuma ser acima da média.
Como previsto no mês anterior, o início da safra de mangas no estado de São Paulo resultou no arrefecimento de preço do produto. Apresentando boa qualidade no ETSP, as mangas das variedades Tommy e Palmer encerraram o período com preços médios de R$ 3,04/kg e R$ 3,65/kg, respectivamente.
O setor de LEGUMES variou -1,05% ante uma variação de 1,48% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de -2,03%. Dos 31 itens cotados nesta cesta de produtos, 51,61% apresentaram redução de preço. As principais reduções ocorreram nos preços de VAGEM MACARRÃO (-40,24%), BERINJELA COMUM (-31,54%), JILÓ (-27,47%), MAXIXE (-24,40%) e QUIABO (-13,43%). As principais altas ocorreram nos preços de CARÁ (+52,14%), CHUCHU (+39,73%), BETERRABA (+22,08%), ABOBRINHA ITALIANA (+19,75%) e TOMATE CEREJA (+17,97%).
DESTAQUES: Com o resultado obtido no período, o setor de Legumes encerrou o mês com um acumulado de 1,82% no ano e de 4,72% em 12 meses.
As variações de preço acompanhadas no setor de Legumes apresentaram moderada volatilidade no período. O calor intenso prejudicou a qualidade e, consequentemente, a oferta de parte dos legumes comercializados no ETSP. Dessa maneira, muitos produtores/comerciantes adotaram a estratégia de antecipar a colheita e o repasse dos produtos a fim de reduzir/minimizar as perdas. Em muitos casos, os produtos que obtiveram aceitação no mercado tiveram que ser comercializados rapidamente a preço reduzido. Isso contribuiu, de certa maneira, para o arrefecimento dos preços verificados no setor.
O setor de VERDURAS variou 12,97% ante uma variação de 26,99% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de 8,49%. Dos 39 itens cotados nesta cesta de produtos, 82,05% apresentaram redução de preço. As principais altas ocorreram nos preços de SALSA (+105,87%), ACELGA (+69,75%), ESCAROLA COMUM (+55,72%), ESPINAFRE (+49,76%) e ALFACE MIMOSA HIDROPÔNICA (+40,85%). As principais reduções ocorreram nos preços de COENTRO (-49,25%), CENOURA COM FOLHAS (-13,53%), CEBOLINHA (-3,07%), SALSÃO BRANCO/VERDE (-2,29%) e COGUMELO PARIS (-1,46%).
DESTAQUES: Com o resultado obtido no período, o setor de Verduras encerrou o mês com um acumulado de 43,06% no ano e de 58,72% em 12 meses.
O setor de Verduras seguiu sendo impactado pelos efeitos das fortes ondas de calor registradas ainda nesse mês e, principalmente, pelas registradas no mês anterior. Foi registrada uma redução média de 4% (out/nov), entretanto, algumas hortaliças do setor tiveram reduções na oferta maior, tais como as alfaces lisa e mimosa, com redução de 20%, os brócolis, com 13,82%, e o agrião, com 11,42% de redução na oferta. Ressalta-se que, além da redução da oferta, o setor foi fortemente pressionado pelo aumento do consumo por conta do calor nos grandes centros urbanos. Contudo, apesar do resultado obtido no período, verificou-se um arrefecimento lento e gradual nos preços da salsa e das alfaces, principalmente entre as variedades do tipo lisa, americana e crespa. Por outro lado, o coentro registrou um arrefecimento de preço mais intenso e acelerado.
O setor de DIVERSOS variou 9,85% ante uma variação de 14,18% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de 13,69%. Dos 10 itens cotados nesta cesta de produtos, 40,00% apresentaram redução de preço. As principais altas ocorreram nos preços de CEBOLA NACIONAL (+31,55%), BATATA ASTERIX (+24,26%), BATATA LAVADA (+12,39%) e OVOS DE CODORNA (+0,86%). As principais reduções ocorreram nos preços de COCO SECO (-5,89%), ALHO NACIONAL (-4,67%), OVOS VERMELHOS (-1,84%), AMENDOIM SEM CASCA (-1,50%) e OVOS BRANCOS (-0,49%).
DESTAQUES: Com o resultado obtido no período, o setor de Diversos encerrou o mês com um acumulado de -5,10% no ano e de -11,73% em 12 meses.
As fortes chuvas ocorridas nas regiões produtoras prejudicaram a colheita e o escoamento da produção de batata e, sobretudo, de cebola no período. Contudo, a alta de preços desses produtos no mercado atacadista é menor quando comparada ao mesmo período do ano passado, já que em novembro de 2022, a cebola, a batata lavada e a batata asterix registraram valorização superior à observada em 2023. Verifica-se, portanto, que as variações de preço do setor encerraram dentro do esperado para o período.
O setor de PESCADOS variou 1,11% ante uma variação de -0,11% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de 6,36%. Dos 28 itens cotados nesta cesta de produtos, 53,57% apresentaram alta de preço. As principais altas ocorreram nos preços de PEROÁ BRANCO (+31,63%), ANCHOVAS (+19,79%), ATUM (+17,65%), CURIMBA (+9,66%) e CAÇÃO AZUL (+6,43%). As principais reduções ocorreram nos preços de PESCADA BRANCA (-15,19%), BETARA (-13,25%), CAVALINHA (-7,60%), ABRÓTEA (-6,49%) e PESCADA MARIA-MOLE (-4,98%).
DESTAQUES: Com o resultado obtido no período, o setor de Pescados encerrou o mês com um acumulado de -3,97% no ano e de -1,85% em 12 meses.
Dentre os produtos que apresentaram alta de preços no setor, alguns registraram reduções importantes na oferta, tais como peroá branco (-132%), anchovas (-54%) e atum (-7%). Todos já vinham sinalizando valorização desde o mês anterior, contribuindo para que a trajetória da curva de variação de preços do setor se mantivesse em ascensão durante o período de apuração. Muito embora o setor tenha encerrado o período apresentando alta de preços, a inflação do setor ficou bem abaixo da registrada em igual período do ano passado. No contexto atual, o setor de Pescado acabou apresentando maior equilíbrio nas variações de preços dos produtos, devido à distribuição dos produtos de maior peso (tilápia, sardinha, pescadas, corvina etc.), que apresentaram variação de preços mais moderada e mantiveram a cesta com itens do setor de Pescados em patamares mais baixos.
Fonte: noticiasagricolas