Que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha grandes chances de não ir à posse de Javier Milei já era esperado, afinal, o futuro líder argentino insultou o brasileiro durante sua campanha e, ao mesmo tempo, depreciou organismos importantes para o Brasil como o BRICS e o Mercosul.
Na terça-feira (5), o governo Lula anunciou que o chanceler, Mauro Vieira, irá à posse de Milei representando o presidente, conforme noticiado.
Porém, a leitura de diplomatas e auxiliares do presidente da República para as Relações Exteriores, ouvidos pelo jornal O Globo, é que ao enviar para o evento apenas o chanceler, sem incluir na comitiva o vice-presidente Geraldo Alckmin, Lula impôs uma espécie de rebaixamento em relação à postura de Jair Bolsonaro.
“Lula passa um sinal de insatisfação, mas sem fechar a porta para uma aproximação no futuro a depender dos próximos passos”, resume um diplomata a par das articulações nos bastidores ouvido pela mídia.
Ao voltarmos em 2019, o governo Bolsonaro também teve “questões” com a administração de Alberto Fernández. Contudo, após pressão de empresários e diplomatas, o ex-presidente decidiu escalar o então vice-presidente general Hamilton Mourão para posse do peronista.
Em contrapartida, Bolsonaro não só vai à posse de Milei como levará uma verdadeira comitiva consigo, com 46 aliados, entre 16 deputados estaduais, 22 federais e oito senadores. O ex-presidente deve se encontrar com Milei na sexta-feira (8) pela manhã, em Buenos Aires, relata a mídia.
O já articulado governo tentou contornar o imbróglio entre Milei e Lula enviando a futura chanceler argentina, Diana Mondino, em uma visita-relâmpago ao Palácio do Planalto no último dia 26. Ainda assim, Lula decidiu escalar o chanceler para posse, ou seja, não fechou a porta, mas deixou ela entreaberta.
Em entrevista à mídia, o embaixador do Brasil na Argentina, Júlio Bitelli, disse que o convite de Milei a Bolsonaro para a posse “não foi é um gesto que vá no bom sentido“.
Fonte: sputniknewsbrasil