A possibilidade da implantação de um sistema sanitário no sul da Ilha, em Florianópolis, com a construção de um emissário terrestre no bairro Saco dos Limões, que é a obra responsável por receber o esgoto das redes coletoras e encaminhar até a estação de tratamento, pautou o debate na audiência pública promovida pelo Parlamento essa semana na Capital.
A iniciativa, que foi proposta pelo presidente da Comissão de Turismo e Meio Ambiente, deputado Marcos José de Abreu – Marquito (Psol), aconteceu na quarta-feira (29) no bairro Saco dos Limões, no sul da Ilha, e contou com a participação de lideranças populares, moradores da região, pesquisadores, representantes do poder público e da Casan.
Alternativas ecológicas
O deputado Marquito defende alternativas ecológicas para a disposição final do material tratado.
“A estação de esgoto lança no Rio Tavares, que está dentro de uma Resex, uma reserva extrativista, um patrimônio federal. Durante esses estudos todos foram apresentados algumas alternativas de lançamento, como por exemplo a polêmica do lançamento com um emissário submarino no mar, no Campeche, e também outras propostas foram colocadas como infiltração, centrais de drenagem, alternativas como jardins flutuantes, através de plantas”, observou.
Impacto ambiental
O presidente da Associação dos Moradores do Saco dos Limões, Sandro Maurício Silveira, foi categórico ao reiterar a posição da comunidade local que não concorda com a implantação do emissário terrestre por conta do impacto ambiental.
“Pode causar uma catástrofe ambiental. Isso é um absurdo. Temos vários professores e doutores reconhecidos internacionalmente, que deram seus pareceres ao alegar que se fizer isso aqui, vai matar a Baía Sul, acabando com a quinta economia da nossa Ilha de Florianópolis, que é a maricultura. Já temos um emissário que está no Centro, no Bairro João Paulo também tem, provando que realmente polui’, disse.
Aberta ao diálogo
Segundo Filipe Alcioní Silva, superintendente regional da Casan, a empresa está aberta a alternativas para o encaminhamento da rede de esgoto, mas argumentou que o sistema sanitário do Sul não pode continuar do jeito que está.
“A nossa posição é buscar uma alternativa e estamos abertos ao diálogo. A Casan já está seguindo todos os ritos e estudos necessários conforme os órgãos ambientais estão passando. Ainda não foi aprovado esse emissário terrestre. Outra alternativa, é o emissário submarino, que não foi descartado. Só que como já temos uma grande rede instalada, em uma população grande, precisamos hoje ter uma solução efetiva e pontual. A médio ou longo prazo a gente iria desenvolver o emissário submarino, para conseguir lançar o efluente tratado. Entendemos que esse tipo de conversa é necessária, é dessa forma que a gente discute e chega em um consenso”, afirmou.
Segundo informou, a Casan, em 5 de maio de 2023 retomou as obras de implantação do emissário no bairro Saco dos Limões.
Ainda, conforme está previsto pela companhia, os esgotos dos Bairros Itacorubi, Parque São Jorge, Jardim Anchieta e Córrego Grande serão integrados a um conjunto de tubulações, o emissário terrestre, encaminhando para o tratamento na ETE Insular, localizada na ponte Pedro Ivo Campos, no nível da baía sul. “ O objetivo é ampliar o sistema de esgotamento sanitário Insular, com investimento de R$160 milhões, em conjunto com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA)”, informou.
Agência AL
Fonte: alesc.sc.gov