FELIPE PALMA
DA REDAÇÃO
A campanha Dezembro Vermelho, instituída em todo o território brasileiro pela Lei nº 13.504/2017, chama a atenção para a prevenção contra o vírus HIV, a Aids e outras ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), além de apoiar a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV. O intuito é alertar e conscientizar a população sobre formas de contágio e tratamento destas doenças marcadas pelo preconceito que gera em portadores. No mundo, muitas ações voltadas ao tema se concentram no dia 1º de dezembro, que é o Dia Mundial de Combate à Aids.
A campanha é constituída por um conjunto de atividades e mobilizações voltadas ao enfrentamento do HIV/Aids e às demais ISTs, apoiadas pelos princípios do SUS (Sistema Único de Saúde). A campanha engloba a administração pública, entidades da sociedade civil organizada e organismos internacionais para promover:
– realização de palestras e atividades educativas;
– veiculação de campanhas de mídia;
– promoção de eventos;
– iluminação de prédios públicos com luzes vermelhas.
Em São Paulo, o boletim epidemiológico da SMS (Secretaria Municipal da Saúde) de 2022 apontou redução de novos casos de HIV em 45% nos últimos seis anos. A pasta credita os números dada a expansão do acesso aos serviços e difusão de estratégias preventivas entre grupos prioritários. O ano passado totalizou 2.066 registros, 45% a menos do que os 3.761 contabilizados há seis anos.
“A queda é ainda maior entre a população de homens gays e homens que fazem sexo com outros homens, chegando a 47%. A redução mais expressiva está na população da faixa etária entre 15 e 29 anos, também impactada pela epidemia de forma acentuada e que hoje vivencia uma queda de 49% nos novos casos”, indicou boletim da SMS.
O órgão municipal ainda observou esta tendência de declínio em relação às notificações de Aids pelo sétimo ano consecutivo no município. Em 2022, foram 1.339 novos casos de Aids, contra 2.408 em 2016.
“Essas conquistas históricas foram possíveis graças à expansão do acesso aos serviços especializados em ISTs/Aids como a profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP), uma estratégia de prevenção ao HIV que impede a infecção mesmo havendo exposição ao vírus”, completou o relatório.
Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde certificaram em 2019 a capital paulista como a primeira cidade deste porte no mundo a conseguir eliminar a transmissão vertical do HIV. O reconhecimento é resultado da melhora da cobertura no atendimento pré-natal de qualidade. Em 2021, São Paulo recebeu a recertificação por manter, desde então, o alcance da meta.
Aids
Causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (sigla em inglês HIV), a doença ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo. A transmissão acontece via relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. Atualmente, existem tratamentos para todas as pessoas diagnosticadas com HIV por meio de medicamentos antirretrovirais. O objetivo do tratamento é que a partir do diagnóstico o sistema imunológico possa ser poupado para evitar que a imunidade caia e que a Aids apareça.
Doenças Sexualmente Transmissíveis
As Infecções Sexualmente Transmissíveis são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual sem o uso de preservativo, mas podem ser transmitidas, de maneira menos comum, pelo contato de mucosas ou pele com secreções corporais contaminadas. O tratamento melhora a qualidade de vida, além de interromper a cadeia de transmissão.
Atendimento na rede municipal
Na página da Coordenadoria de IST/Aids, da Secretaria da Saúde, é possível consultar locais para realização de exames, retirada gratuita de preservativos femininos e masculinos, além de conteúdo informativo e endereços de unidades especializadas.