Mesmo com ganho semanal acumulado de 2%, petróleo recua nesta sexta-feira


Ao encerrar uma semana em que acumulou ganhos de até 2%, o petróleo chegou ao final da sessão desta sexta-feira (20) em queda, como reflexo da volatilidade de preços de um mercado abalado pelo risco de redução súbita de oferta, por parte dos países produtores da commodity, hoje envolvidos, direta ou indiretamente, no conflito militar do Oriente Médio. Ao mesmo tempo, o governo dos EUA anunciou que pretende realizar novas compras do item, a fim de repor seus estoques estratégicos.

Diante desse cenário imprevisível, o petróleo tipo WTI (referência ianque), com vencimento para dezembro, recuou 0,32% (-US$ 0,29), a US$ 88,08 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), ao passo que o Brent (referência global) para o mesmo mês caiu 0,23% (-US$ 0,22), a US$ 92,16 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Em comparação com a sexta-feira da semana passada (13), o WTI e o Brent valorizaram 0,44% e 1,39%, respectivamente. Também contribuiu para o viés negativo do dia a previsível realização de lucros pelos investidores.

Durante a sessão de hoje (20), o Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE) revelou que serão feitas compras mensais de petróleo para a Reserva Estratégica de Petróleo até, pelo menos, maio de 2024, mediante um pedido inicial limitado a 6 milhões de barris de petróleo, com entrega prevista para dezembro de 2023 e janeiro de 2024, com valor igual ou menor que US$ 79 dólares por barril.

Em comunicado, a Capital Economics acentua que “o conflito Israel-Hamas e as tensões geopolíticas continuarão sendo drivers-chave dos preços na próxima semana”, ao manifestar preocupação com o risco de que Israel e aliados concluam que o Irã teve um papel na coordenação do ataque do Hamas, o que poderia levar os EUA a impor sanções às exportações de petróleo iraniano.

“Qualquer queda significativa na produção ou nas exportações ainda seria uma grande perda, especialmente em um mercado já pouco abastecido, em que a alta na oferta do Irã é um dos poucos fatores mantendo os preços sob controle neste ano”, acrescentou a consultoria.

Ao mesmo tempo, a Capital admite a possibilidade de eventuais ataques atingirem a infraestrutura produtiva na região, o que poderia elevar o barril do Brent a um intervalo entre US$ 110 e US$ 130, sem contar o risco de os EUA serem envolvidos, ainda mais, no conflito, após os ataques às bases americanas, no Iraque e na Síria.

Fonte: capitalist

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