Antibióticos em bebês podem levar a problemas intestinais, diz estudo


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Cientistas da Universidade de Melbourne, na Austrália, identificaram que antibióticos administrados em recém nascidos podem levar ao desenvolvimento de problemas intestinais na vida adulta. De acordo com o grupo de pesquisadores, os medicamentos geralmente são dados a bebês prematuros ou que nasceram abaixo do peso como forma de prevenir infecções. O estudo foi publicado nesta sexta-feira (9/9), no Journal of Physiology.

A investigação foi realizada em camundongos, e foi aferido que a exposição a antibióticos no período neonatal dos roedores provocou efeitos duradouros na microbiota, no sistema nervoso entérico e na função intestinal.

Para os cientistas, os resultados indicam que os mesmos problemas gastrointestinais podem estar presentes em bebês que receberam as medicações nos primeiros meses de vida. Entre eles estão a síndrome do intestino irritável, náuseas, infecções alimentares, inchaços e diarreias.

“Nós estamos muito entusiasmados com os resultados do nosso estudo, que mostram o quanto antibióticos administrados após o parto podem ter efeitos duradouros no sistema nervoso entérico”, disse a fisiologista Jaime Foong, uma das autoras do trabalho, em comunicado. Ela acrescenta que as observações da pesquisa oferecem mais evidências da importância da microbiota na saúde intestinal, o que pode levar à introdução de novas estratégias para realizar o tratamento com antibióticos em bebês.

Metodologia e conclusões

Para a realização da pesquisa, os especialistas deram uma dose oral do antibiótico vancomicina a 35 camundongos diariamente durante os primeiros 10 dias de vida dos animais, e compararam a evolução com um grupo de 38 roedores que não receberam o medicamento. O comportamento intestinal foi igual em todos os ratinhos até o início da vida adulta, onde as diferenças começaram a ser notadas.

As fêmeas que receberam o antibiótico apresentaram um trânsito intestinal mais lento, ou seja, demoravam mais tempo para digerir os alimentos. Nos machos, foi verificado que as fezes eram menos densas do que as dos demais camundongos masculinos. Mas os cientistas observaram que em ambos os sexos havia mais líquido nas excreções intestinais, como uma diarreia.

Os especialistas explicam que embora camundongos e humanos tenham similaridades em muitos aspectos, os roedores têm intestinos menos desenvolvidos e crescem mais rapidamente devido à curta duração de vida, de forma que não é possível associar diretamente os comportamentos animais em crianças. Por isso, o grupo de pesquisadores pretende conduzir mais estudos para entender outros impactos dos antibióticos em bebês humanos, entre eles as funções metabólicas e o funcionamento cerebral.

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