Cortes de produção não impedem ‘queda livre’ do petróleo


A despeito da estratégia montada pela Opep+ (tendo à frente, grandes produtores, como Arábia Saudita e Rússia) de inflar o preço da commodity, mediante a aplicação de cortes de produção e consequente restrição da oferta, as cotações futuras do petróleo recuaram a um patamar abaixo de US$ 85 o barril, na sessão desta quinta-feira (5), deixando para trás a meta da organização, de este chegar a US$ 100 o barril.

Cobiças por maiores lucros à parte, mediante a previsão de que a demanda desça ao menor nível em 25 anos, a realidade é que o contrato futuro do tipo Brent (referência global) para liquidação em dezembro próximo recuou 1,45% mais baixo, cotado a US$ 84,57 por barril, ao passo que o tipo WTI (referência ianque) para novembro baixou 1,57% a US$ 82,90 por barril, em contraponto ao viés de alta, tanto do dólar, quanto dos juros, no mercado dos EUA.

Entre os fatores do descenso petrolífero, destaque para as preocupações com a desaceleração da economia mundial, que deverá frear o consumo. Sinalização nesse sentido pôde ser verificada na ‘terra do Tio Sam’, onde o aumento dos estoques de gasolina é acompanhado pela maior retração de consumo das últimas duas décadas. Em consequência da volatilidade predominante no mercado, ganhou força a negociações de opções.

A constatação de analistas é de que, após registrar forte recuperação no terceiro trimestre (3T23) – com o barril batendo US$ 95, no final do mês passado – o rali da commodity parece ter cessado e não se recuperou mais.

Ao mesmo tempo, no plano macroeconômico internacional, o refluxo de preço do petróleo ocorre ante um cenário marcado pela tensão com a elevação dos juros pelos bancos centrais, que se tem refletido nas bolsas de valores, ao redor do globo.

A magnitude do ‘aperto monetário’ tem levado o Federal Reserve (Fed) – bc ianque – a avaliar se a elevação dos custos dos empréstimos já teria sido suficiente. Nesse sentido, os próximos dados de emprego estadunidense, a serem divulgados amanhã (6) poderão fornecer ‘pistas’ sobre o estado de saúde dos EUA.

Para o chefe de estratégia de commodities do ING, Warren Patterson, “o atual ambiente de taxas, juntamente com a força do dólar americano, só tem proporcionado ventos contrários mais fortes para o mercado”.

Fonte: capitalist

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