Documentário “Luci e a terra” é exibido no Parlamento


Catarinense, trabalhadora rural, militante da terra, deputada, visionária, mãe e mulher em suas múltiplas facetas. A vida de Luci Choinacki foi resumida em 18 minutos no documentário “Luci e a Terra”, que foi exibido na noite desta quarta-feira (27) no Plenarinho do Parlamento.

Aos 69 anos, Luci confessa que está em sua quarta vida. Como admite a diretora do documentário, Kátia Klock, Luci se reinventa, com resiliência e sem destemor. “Ela é uma mulher a frente de seu tempo, que instiga a outras mulheres”, afirmou Kátia. 

Carreira política

Natural de Descanso, no Oeste catarinense, Luci carrega em sua biografia o fato de ter sido a primeira mulher agricultora a ser eleita para o Parlamento catarinense na década de 80.

Ela é a primeira agricultora do Brasil a ser deputada estadual e federal.

A terra é viva

Depois de 20 anos com atuação no Parlamento, ela volta para as origens, que é o lavoro, o cultivo da  terra. Para ela, a terra é viva. “Cultivar a terra é cultivar o amor. A terra precisa de tudo, que nem a gente. Quem nutre a planta é a terra. Se ela for muito bem cuidada, a planta fica forte”.

E foi em uma horta urbana, em Florianópolis, onde cultivava produtos agroecológicos, sem veneno, que Luci inspirou Kátia para criar esse documentário. “Sim, este filme foi instigado neste exato momento”, confessou Kátia. “ Ela é uma mulher forte e resiliente, que sempre está em transformação e que hoje tira da terra, os alimentos que chegam a todos nós, sem veneno. Assim como Luci, dedicamos esse documentário a todas essas mulheres inspiradoras”, disse.

Canteiros de hortaliças   

Em um dos momentos, o documentário, mostra cenas de  Luci, caminhando entre os canteiros de hortaliças, explicando a importância de tratar bem a terra para a natureza fazer sua parte e produzir o alimento. Ela compreendeu, ao longo da vida, que o cuidado reflete muito no resultado final – e assim, exibe orgulhosa a saudável alface orgânica, que acaba de colher.

É com amor que ela relata sobre seu retorno à vida no campo e seu momento atual, em uma propriedade rural no Planalto Catarinense.

O documentário 

O documentário “Luci e a Terra” foi contemplado em 2020 com o Prêmio Catarinense de Cinema, por meio da Fundação Catarinense de Cultura e Governo do Estado de Santa Catarina. Em função da pandemia, a produção foi retomada no final de 2021.

Ele une a trajetória da mulher do campo com a mulher parlamentar, destacando os discursos e as conquistas trabalhistas pleiteadas por Luci ao longo de sua carreira política.   

Biografia

Luci nasceu em 17 de março de 1954, em Descanso/SC. Filha de Tadeu Kovoski e de Rosa Kovaleski. Casada e mãe de Rudimar, Tatiane, João Paulo e Ezequiel.

Completou o ensino ginasial (atual Ensino Fundamental II) na Escola Básica Everardo Backeuser, no município de Descanso, em 1967.

Trabalhadora rural e dona de casa, iniciou as atividades políticas na Pastoral da Terra, mais tarde integrando-se ao Movimento dos Sem-Terra no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Descanso nos anos 80.

Foi a primeira mulher agricultora no Brasil a ser eleita deputada estadual (1987-90), e em seguida deputada federal em três mandatos, entre 1991 e 2015. Autora da lei que instituiu a aposentadoria para as donas de casa, Luci esteve à frente de projetos para a melhoria da vida das mulheres, das condições de vida no campo e do meio ambiente.

A apresentação do documentário  “ Luci e a Terra” atendeu a uma  solicitação da deputada Luciane Carminatti (PT).

Roda de conversa

Após a apresentação do documentário foi realizada uma roda de conversa, que contou com a participação da ex-senadora Ideli Salvatti e a vereadora de Florianópolis, Carla Ayres.

Valquíria Guimarães
Agência AL

Fonte: alesc.sc.gov

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