Como já esperado e decantado pelo mercado, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC) efetuou o segundo corte seguido, igualmente em meio ponto percentual (0,5 p.p.), da taxa básica de juros (Selic), agora reduzida de 13,25% ao ano para 12,75% ao ano.
A decisão unânime do colegiado vem ‘em linha’ com a expectativa dos agentes econômicos, em decorrência, sobretudo, do recuo dos índices inflacionários, além de confirmar o tom ‘gradualista’ da redução da taxa, preconizado na última ata do comitê, divulgada no mês passado. Em decorrência, embora ainda elevada, a Selic desceu ao menor patamar dos últimos 16 meses.
“A redução da taxa é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta, ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em grau menor, o de 2025”, explica o comunicado divulgado pelo Copom, logo após o final da reunião de hoje (20).
Mais adiante em sua mensagem, o colegiado destaca que o cenário atual demanda ‘serenidade’, mas deixou claro que poderá cortar a Selic, novamente em meio ponto percentual, em seu próximo encontro, previsto para os dias 31 de outubro e 1º de novembro, com as duas últimas reuniões do ano marcadas para 12 e 13 de dezembro.
“Em se confirmando o cenário esperado [de desinflação e ancoragem das expectativas em torno da meta de inflação], os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, diz a nota do comitê.
Mais adiante no comunicado, o colegiado admite que a execução das metas fiscais, fixadas pelo governo federal, pode contribuir para a ancoragem das expectativas de inflação, como também para a condução da política monetária.
Entre as projeções, o comitê observa que, no cenário externo, ‘a elevação das taxas de juros de longo prazo dos Estados Unidos e a perspectiva de menor crescimento da China demandam maior atenção por parte de países emergentes’.
Para o front doméstico, o órgão entende que ‘há expectativa de desaceleração da economia nos próximos trimestres’.
Prosseguindo na análise da conjuntura, o colegiado avalia que, ‘se por um lado, a persistência das pressões inflacionárias globais pode representar um fator de risco a uma possível alta da inflação no Brasil, por outro, a desaceleração da atividade econômica global pode ser um fator de baixa’.
Fonte: capitalist