Horas antes da ‘sentença’ do Copom, mercado aposta em corte de 0,5 p.p. da Selic


Horas antes da definição (de alteração ou permanência) da taxa básica de juros (Selic) pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC) –  em sua sexta reunião do ano – a aposta majoritária do mercado é de que o corte, caso se confirme, deverá ser de meio ponto percentual (0,5 p.p.), do patamar atual, de 13,25% ao ano para 12,75% ao ano.

A provável redução da taxa, a segunda, desde agosto último, acentuaria mais o ciclo de flexibilização monetária do BC, que seria compatível com o viés de recuo dos índices inflacionários, nos últimos meses.

A despeito da previsão, constante da última ata do colegiado, de cortes ‘sistemáticos’ de 0,5 ponto percentual, a grande dúvida dos analistas diz respeito ao ‘ritmo’ que será adotado para tais reduções, tendo em vista a necessidade de, novamente, estimular a atividade econômica. Ainda assim, há instituições financeiras que projetam um corte mais ‘elástico’, de até 0,75 ponto percentual. Por sua vez, o Boletim Focus – consulta semanal do BC ao mercado – trabalha com a expectativa de que a Selic encerre o ano a 11,75% ao ano.

Pelo menos, por enquanto, prevalece o tom apresentado no mês passado pelo Copom, no sentido de que “a evolução do cenário econômico e a forte queda da inflação permitiram acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária”. A mensagem do colegiado deixa para trás a posição mais dura (hawkish) da autoridade monetária do início do ano, com relação ao combate da inflação, agora substituída por termos mais amenos.

De qualquer sorte, ante a constatação de que alguns preços estão baixando ou avançando mais do que o esperado, o BC tem sinalizado que deverá manter uma postura conservadora no que se refere aos juros. Na última projeção feita pelo Focus nesta semana, o IPCA deve chegar ao final deste ano com variação acumulada de 4,86%, abaixo dos 4,93%, de uma semana antes.

Com variação abaixo do esperado pelo mercado, o índice oficial de inflação subiu 0,23% no mês passado, segundo o IBGE, crescimento, por sua vez, ‘puxado’ pela retração do preço dos alimentos. Com este resultado, o IPCA acumula elevação de 3,23% no ano e de 4,61% em 12 meses. Este último dado se aproxima do teto da meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,75% para 2023, em que o piso é de 1,75% e o centro da meta, em 3,25%. Para 2024 e 2025, as metas são de 3% para ambos os anos, com o mesmo intervalo de tolerância.

Fonte: capitalist

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