Este é um dos textos que poderiam virar caso de como NÃO escrever uma avaliação. Eu vou rechear os próximos parágrafos de adjetivos, mas não tem jeito: o BMW iX M60 está em outro patamar. O que mais me atrai nesse SUV elétrico é que ele não fica em cima do muro. No visual, você pode julgar que os traços são futuristas e exagerados. Ou então adorar. Não importa. O ponto é que ele chama a atenção e dá sinais do caminho que a BMW traçou para seus carros.
A linha iX tem uma pegada minimalista. A ideia de “menos é mais” vai além do design — até a quantidade de peças diminui. O SUV de R$ 1.101.950 no Brasil que você vê nessas fotos já adere a essa tendência. Começando pelo para-choque dianteiro, tem menos vincos e reentrâncias do que os carros a combustão (ou híbridos) da marca. Compare, por exemplo, com o BMW M2, cuja avaliação você pode conferir clicando aqui.
A ausência de detalhes na carroceria não tem motivação exclusivamente estética. O design limpo serve para reduzir o arrasto aerodinâmico. Não por menos, o coeficiente aerodinâmico (Cx) é de mero 0,26 — excelente entre os utilitários. Para comparar, o de carros mais eficientes fica na casa de 0,22.
Até as maçanetas das portas têm contribuição na eficiência de passagem de ar. Em vez de um puxador tradicional, são fendas com um botão que aciona as travas elétricas. Ou seja, menos componentes, menos peso e menos interferência aerodinâmica.
O iX M60 faz jus à letra M. Oferece prazer ao dirigir e um nível de desempenho elevado. Obviamente, é silencioso, extremamente confortável e espaçoso. E ainda é divertido de guiar, então entrega uma experiência sensorial que o motorista não esperava.
O que mais surpreende no iX é a aceleração, bem como as retomadas. Por ter torque instantâneo, uma característica dos elétricos, as respostas ao acelerador são imediatas. O motor é traseiro e não utiliza caixa de câmbio, ou seja, despeja diretamente nas rodas seus 619 cv e absurdos 103,5 kgfm torque — o equivalente a 96 cv a mais do que a versão xDrive 50. Para dar outra referência de performance, o iX M60 acelera junto com um X6 M Competition (V8 4.0 biturbo): vai de zero a 100 km/h em 3,8 segundos.
Para tanta explosividade, a BMW instalou uma enorme bateria de 105 kWh (utilizável), com capacidade nominal de 111,5 kWh em arquitetura de 400V. Não é qualquer carregador que vai dar conta de uma bateria tão grande. No mínimo, é recomendável ter em casa (ou no escritório) um wallbox de 9,6 kW para mantê-lo sempre carregado.
A BMW usou alguns truques para intensificar a sensação de performance e solidez de rodagem, como rodas de 22 polegadas — essa medida aumenta a conexão com o piso — e maior ação da direção elétrica com assistência variável. Em baixa velocidade, pouco giro do volante é suficiente para mudar a rota, até porque o eixo traseiro é esterçante. Essa providência técnica não só reduz o diâmetro de giro como também deixa o carro mais ágil nas curvas.
A cabine supersilenciosa do M60 conta com efeitos sonoros (literalmente) de cinema. A BMW recorre a uma trilha sonora para enriquecer a experiência sensorial com sons projetados em parceria com o premiado produtor musical Hans Zimmer. Entrar no carro, ligar e apertar o acelerador, todas essas ações são acompanhadas de um som distinto.
O sistema de áudio é da grife Bowers & Wilkins. São 30 alto-falantes, inclusive tweeters nas portas, falantes embutidos no banco e um subwoofer na traseira. É possível escolher a trilha sonora preferida — efeitos mais dramáticos ou que lembram filmes de sci-fi.
Particularmente, não gosto da ergonomia do volante hexagonal nem dos botões de vidro que imitam cristal. E não vi sentido no painel de madeira que emoldura o seletor de cristal do iDrive. Mas é questão de gosto.
No Brasil, o iX M60 tem autonomia para 431 km. É rival do Jaguar I-Pace, do Audi Q8 e-tron e do futuro Mercedes EQS SUV.
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Fonte: direitonews