Político alemão retruca ‘decisão ridícula’ de Bruxelas de negar emissão de vistos a russos


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A União Europeia (UE) não deixou de emitir vistos para os russos, mas simplesmente tornou sua aquisição mais difícil, punindo cidadãos comuns e “atirando”, assim, “no próprio joelho”, disse Armin-Paulus Hampel, jornalista alemão e ex-legislador no Bundestag (parlamento alemão), à Sputnik.
Na terça-feira (6), a Comissão Europeia adotou uma proposta para suspender totalmente o acordo de facilitação de vistos com Moscou assinado em 2007. A decisão complicará o processo de solicitação de visto para cidadãos da Rússia e imporá mais restrições para vistos de entrada múltipla. A proposta não prevê uma proibição total da emissão de vistos para os cidadãos do país, como solicitado por alguns Estados-membros da UE.
“O resultado de tantas cogitações europeias é um pouco ridículo. A Alemanha e a França se recusaram a deixar de emitir vistos para os cidadãos russos, como era o desejo da Polônia, dos [países] Bálticos e da Finlândia, e o resultado é uma série de pequenas medidas, como pedir € 50 [R$ 263] a mais para o visto, levando 15 dias no lugar de dez, e garantindo ‘mais apuração’ nos pedidos de visto”, disse Hampel, do partido da direita Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão).
O jornalista concordou plenamente com Dmitry Peskov, porta-voz presidencial do mandatário russo Vladimir Putin, que chamou igualmente a proposta de “outra decisão ridícula em uma série de absurdos contínuos”, e que é uma decisão contraproducente.
Imagem do terminal sul da Linha M1 do Metrô de Varsóvia, no bairro de Kabaty, Polônia (imagem de referência) - Sputnik Brasil, 1920, 01.09.2022

“A Europa pode chamá-la de ‘obstáculos’ para os russos, mas não é nada demais e mostra o pouco que os 27 Estados-membros podem decidir juntos. Não que eu aprove suas decisões, mas nem tentar ser duro funciona!”.

Passos errados da UE na opinião do político

Segundo o analista, o bloco deveria ouvir o presidente francês Emmanuel Macron, o chanceler alemão Olaf Scholz, e outros, que pedem uma guerra não contra os russos, mas contra a elite política no poder em Moscou.
“Se a Europa quer influenciar os russos, deve falar com eles! Ao contrário da estúpida decisão em Bruxelas, a UE deveria facilitar para os jovens russos, especialmente, ouvir a voz europeia sobre a Ucrânia. Mais uma vez, a Europa atira no próprio joelho, como dizemos em alemão”, sugeriu Armin-Paulus Hampel, acrescentando que agora o nível de intercâmbio entre o Ocidente e a Rússia é muito mais baixo do que durante a Guerra Fria, e por isso “este não é o caminho a seguir”.
Além disso, o especialista afirmou que a questão dos vistos era apenas “uma ninharia”. Para ele, o verdadeiro problema é que a UE impôs sanções ao gás russo, o que “é um desastre para o continente europeu”.
“A Europa realmente organiza o seu próprio declínio”, concluiu Hampel.
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