Demanda adicional de energia exigirá investimentos de R$ 2,2 trilhões até 2050


Com aceleração do ritmo de produção de veículos elétricos e de hidrogênio no país, a demanda adicional de 540 gigawatts (GW) de energia (eólica e solar) só deverá ser atendida mediante investimentos estimados em R$ 2,2 trilhões até 2050. A previsão faz parte do levantamento elaborado pelo Portal Solar, que franqueia projetos fotovoltaicos.

De acordo com o estudo da companhia – com base no cruzamento de dados oficiais com projetos de entidades setoriais, órgãos de governo e institutos internacionais – a transição energética da atual frota de veículos, em circulação no Brasil, representaria uma demanda adicional de 403 terawatts. Esse volume corresponderia hoje à capacidade total de geração de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN). Dessa forma, seria necessário adicionar mais 270 GW à capacidade instalada.

A demanda nacional por energia também deverá ser impactada, prossegue o estudo, pela expansão do Produto Interno Bruto (PIB), sem contar a eletrificação em segmentos industriais e o avanço da produção do hidrogênio verde.

Como exemplo da expansão desse setor, o analista da Secretaria de Hidrogênio Verde (SHV) do Instituto Nacional de Energia Limpa (INEL), Luiz Piauhylino Filho, observa que na Europa será necessário instalar mais 3.350 GW de energia renovável para viabilizar a eletrificação e produção de hidrogênio verde, tendo em vista alcançar a meta de descarbonização até 2050. Como só possui capacidade para instalar apenas 20% desse montante, o ‘velho continente’ europeu terá de importar a diferença.

No caso brasileiro, o relatório do Portal Solar estima que, se o país pretende atender 10% dessa demanda, seria preciso instalar 268 GW adicionais de projetos renováveis para a produção de hidrogênio verde e seus derivados, pelos próximos 27 anos. Entretanto, tal projeção não leva em conta a demanda interna de investimento, de modo a suprir setores, como o transporte de carga por caminhões, a siderurgia, além de outros usos energéticos industriais.

Mesmo considerando o crescimento de outras fontes, para atendimento da demanda energética nos próximos anos, o presidente do Portal Solar, Rodolfo Meyer destaca que a alternativa solar fotovoltaica se apresenta como uma das mais competitivas e atrativas nesse mercado, tendo em vista a combinação de fatores, como a redução expressiva no preço dos equipamentos fotovoltaicos, melhora na geração por metro quadrado das placas solares e baixo custo da geração descentralizada.

Segundo ele, de 2012 a 2023, o mercado de energia solar cresceu 36 mil vezes, ao sair de uma capacidade instalada de 8 megawatts (MW) para 32 mil MW, o que coloca hoje a fonte solar fotovoltaica como a segunda maior da matriz elétrica, perdendo apenas para a hídrica, que exibe capacidade instalada de 110 mil MW. No que se refere à carga de energia, a alternativa eólica (gerada pelos ventos) equivale hoje a 20% da matriz, enquanto a solar contribui para com 7% do total, informa o Operador Nacional do Sistema (ONS).

“A resolução normativa 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que criou o mercado de geração distribuída, abriu o caminho para que combinação entre a inflação das tarifas de energia e a redução de custos dos equipamentos fotovoltaicos catapultassem o crescimento vertiginoso da energia solar no País”, concluiu Meyer.

Fonte: capitalist

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