R$ 115.990. Se esse fosse o preço atual do Jeep Renegade Sport, eu não hesitaria em dizer “corra agora para a concessionária”. No entanto, a realidade é que hoje, com o encerramento do programa de incentivo à indústria automobilística criado pelo Governo Federal e também sem o descontinho extra oferecido pela marca para aproveitar a onda, este mesmo SUV compacto custa exatos R$ 136.990 — ou seja, R$ 21 mil a mais. E aí? Continua valendo a pena?
Vamos aos fatos. A Jeep reagiu rápido ao anúncio do retorno do “carro popular” e logo baixou os valores das duas versões mais baratas do Renegade, 1.3 turbo e Sport (esta das fotos), ambas oferecidas por R$ 115.990.
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À época, Autoesporte consultou oito grupos de concessionárias da marca em São Paulo (capital e interior), Salvador, Porto Alegre e Brasília. Em todos, as configurações não estavam mais disponíveis — o SUV figurou entre os dez carros que mais se beneficiaram com a Medida Provisória que reduziu preços de dezenas de modelos e versões. Segundo dados da Jato do Brasil, a Jeep comercializou exatas 7.793 unidades em junho, quando esgotaram os incentivos.
Mesmo sendo uma das opções de entrada, a Sport, de cara, se mostrava a escolha mais adequada. Tinha três anos de garantia — e não um, como a 1.3 turbo —, além de vir com rack de teto, tapetes dianteiros e traseiros e filtro de ar N95 na cabine. De resto, os itens são iguais (e muito bons para um SUV compacto): destaque para rodas de liga leve aro 17, start/stop e freio de estacionamento eletrônico. A central de 7″ tem conexão com Android Auto e Apple CarPlay sem fio — só que ela parece uma azeitona em um aquário, dada a grande área envidraçada da cabine.
Entre os equipamentos de segurança, o utilitário traz seis airbags, controles eletrônicos de tração e de estabilidade, faróis de LED, frenagem automática de emergência, alerta e assistente de manutenção de faixa e detector de fadiga. Uma bela lista novamente.
Outro fator bem relevante é o 1.3 turbo de nada menos que 185 cv e 27,5 kgfm de torque. Mesmo sendo pesado (são quase 1.500 kg), o SUV vai de zero a 100 km/h em ótimos 8,6 segundos. O parrudo torque logo a 1.750 giros faz o Renegade ser ligeiro no trecho urbano. O câmbio automático de seis marchas não é dos mais rápidos, mas tem trocas harmoniosas com o motor.
A partir daqui aparecem os contras do Renegade. Além da massa avantajada (muito por causa da plataforma Small Wide), o carro é tímido no quesito espaço. Os 2,57 metros de entre-eixos não deixam muita área para quem viaja atrás — o VW T-Cross, por exemplo, tem 2,65 m. O porta-malas (320 litros) também não é referência perante os 430 l de outro rival, o Hyundai Creta. Ao menos, a altura de 1,70 m cria um extenso vão para a cabeça de pessoas altas.
Falei que o motor turbinado de quase 200 cv tem bom desempenho, porém o consumo é apenas razoável. Claro que é bem melhor que o do antecessor e beberrão 1.8 aspirado. Segundo o Inmetro, as médias são de 7,7 km/l (urbano) e 9,1 km/l (rodovia) com etanol e 11 km/l (cidade) e 12,8 km/l (estrada) com gasolina no tanque. Quem convive com o SUV no dia a dia, no entanto, sabe que é bem difícil chegar a esses números…
Em movimento, o Renegade é bem amigável, tem rodar suave, o motor não é tão áspero e a suspensão, voltada ao conforto, trata bem os ocupantes. O conjunto traseiro ainda é multilink, mais sofisticado e um diferencial no segmento dominado pelo simplório eixo de torção.
O Renegade Sport tem concorrentes de peso que, inclusive, estão à sua frente entre os mais vendidos da categoria. Volkswagen T-Cross 200 TSI (R$ 140.690), Hyundai Creta Comfort (R$ 135.390) e Chevrolet Tracker LT (R$ 132.650) podem não ser tão potentes, mas são equipados à altura e fornecem mais conforto e comodidade. Para o lado do Renegade pesa o fator de ser um Jeep, o que agrega um valor que os outros talvez não tenham.
E a resposta à pergunta que eu fiz lá no começo deste texto? Se um mês atrás ela era óbvia, agora não é mais tanto assim. A favor do Jeep, o motor e o status. Os concorrentes são mais espaçosos. Só fique atento à escolha, porque o VW mudará logo no início do ano que vem. Será que não dá para pedir aquele descontão direto lá na concessionária?
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Fonte: direitonews