F1: Red Bull pressiona FIA com relação a superlicença por causa de Herta


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As rigorosas regras para obter uma superlicença da FIA, necessária para um piloto ser autorizado a correr na Fórmula 1, são um dos assuntos do momento no paddock da categoria, já que a Red Bull está tentando convencer a FIA a conceder uma superlicença ao piloto da IndyCar, Colton Herta, para uma vaga na AlphaTauri.

Para correr na F1, um piloto deve atender aos critérios para uma superlicença, que incluem esse piloto atingir um total de 40 pontos, sendo essa pontuação ajustada com base na categoria em que correu, bem como sua pontuação e posição final nesse campeonato.

No entanto, o peso das categorias não é o mesmo para a FIA, e um piloto de sucesso na Indy, não se qualifica automaticamente, pois a categoria tem um peso menor no critério da FIA.

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A tabela de pontos da superlincença no Código Esportivo da FIA, mostra que a Fórmula 2 tem mais peso do que a Indy, para todos que não terminarem como campeões na IndyCar.

O atual formato dessas regras da superlicença foram implantadas pela FIA em 2016, com a ‘ajuda’ da Red Bull, querendo acelerar a ascensão do então inexperiente, Max Verstappen à F1.

Herta, aos 22 anos, ainda não conquistou o título na Indy, mas acumulou sete vitórias em GPs na categoria, sendo a mais recente, no GP de Indianápolis em maio.

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Apesar de novamente a Red Bull estar fazendo pressão sobre a FIA, para que Herta possa correr na F1, o CEO da categoria, Stefano Domenicali, disse ao Motorsport.com: “O esporte precisa respeitar as regras. Claro, pilotos americanos são muito importantes, como qualquer outro. Se ele for elegível para a F1 porque tem os pontos, é uma notícia fantástica.”

“Mas há uma escada a seguir, há um protocolo a respeitar, e essa é a situação. Então realmente é o que eu acredito que seja certo fazer. Não acho certo mudar algo retrospectivamente quanto aos critérios, acho que o certo a se fazer, é aplicar as regras.”

“Se houver algum ponto a ser discutido, se houver necessidade de atualização das regras, existe o fórum certo para que todos possam trazer ideias ou pontos para discussão. Mas hoje, a regra é que se deve ser respeitada. Essa é a minha opinião”, acrescentou Domenicali.

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Dada a possibilidade da FIA ceder aos desejos da Red Bull, isso significaria uma diminuição da importância de categorias como Fórmula 2 e Fórmula 3, e alguns dos chefes de equipe na F1 também expressaram suas dúvidas.

“Do meu ponto de vista, não tem nada a ver com ‘força maior’ (como alegou a Red Bull), porque você tem categorias em todo o mundo em que pode marcar os pontos necessários”, disse o chefe da Alfa Romeo, Frederic Vasseur.

“Se a FIA quiser mudar o processo de pontos e da superlicença, é outra história. Mas eles podem fazer isso e cabe a eles decidir se querem mudar o sistema, mas isso não tem nada a ver com ‘força maior’,” concluiu.

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O chefe de equipe da Haas, Guenther Steiner, apontou o exemplo de quando ele assinou com Nikita Mazepin em 2020, que dependia da posição final do russo na F2, e disse: “Acho que temos regras e regulamentos que precisamos respeitar. Se não respeitamos nossas próprias regras e tentamos encontrar maneiras de contorná-las, não acho que isso seja correto.”

“Sou um daqueles que diz que se você tem regras, se não as respeitamos e apenas tentamos encontrar maneiras de contorná-las, então precisamos mudar as regras e essa é uma discussão diferente. Se você quiser mudar a regra, vamos falar sobre isso, mas existe uma governança em vigor. Você não pode mudar as regras para amanhã. Isso leva algum tempo. Então, se achamos que está errado… quero dizer, tivemos um problema muito semelhante há alguns anos, e não pedimos para alterar as regras por causa disso, apenas trabalhamos com isso e apontamos os pontos, então, acho que é o que temos que fazer em casos como este”, disse ele.

Com as atuais regras de superlicença introduzidas há apenas seis anos, Andreas Seidl, da McLaren, disse que estaria disposto a se envolver em discussões sobre como mudar o sistema.

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“Do meu lado, sou totalmente favorável a analisar isso e adaptar o sistema, porque acho que o campeonato da Indy, é um campeonato de alta qualidade e muito competitivo com os melhores pilotos”, disse ele.

Herta testou para a McLaren em seu MCL35M este ano, impressionando a equipe, e Seidl continuou dizendo: “Acho que não há razão para não garantirmos que pilotos competitivos não possam mudar para a Fórmula 1 diretamente.”

“Em relação ao teste que ele fez conosco, acho que ele fez um teste muito bom. Ao mesmo tempo, foi apenas, digamos, o teste inicial conosco, e fomos claros com Colton para levar seu tempo. Mas sim, foi bastante impressionante.”

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“Já em termos da superlicença, acho que em geral acreditamos no sistema, achamos que é um bom sistema em vigor, mas, ao mesmo tempo, também estamos absolutamente dispostos a alguma flexibilidade, também levando em consideração especialmente a situação no últimos dois anos com a Covid e tudo mais, teve um impacto também nos resultados que os pilotos poderiam obter.”

“Estamos absolutamente abertos para alguma flexibilidade, e entregar a um cara como Colton a superlicença, porque no final, com o que ele mostrou até agora em sua carreira de piloto, não tenho dúvidas de que ele é absolutamente capaz de correr na Fórmula 1”, encerrou.

A questão, não é exatamente a capacidade de Herta como piloto, mas sim a Red Bull querer alterar as regras da F1, em interesse próprio. Como alguns chefes de equipe disseram, as regras podem ser alteradas, mas depois de alguma discussão entre os envolvidos, e não apenas no interesse de uma equipe específica.

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