Exclusivo: andamos no BYD Seagull, o próximo carro elétrico “mais barato do Brasil”


A BYD já trabalha no lançamento do Seagull no Brasil, o que irá acontecer nos primeiros meses de 2024. Esse subcompacto é uma novidade até no mercado chinês e chegará por aqui custando menos que o Dolphin, listado a R$ 150 mil

A estimativa é que fique entre R$ 110 mil e R$ 130 mil – isso o colocará abaixo do Caoa Chery iCar e JAC E-JS1. Ainda que não seja uma meta, a BYD tem chances de ofertar o carro elétrico mais barato do país.

Esse carrinho deve expandir ainda mais as operações da BYD, pois estima-se que o volume de vendas iniciais supere a estreia do Dolphin – que vendeu mais de três mil unidades após sua apresentação.

O BYD Seagull é um subcompacto de 3,78 metros de comprimento e 1,71 m de largura. Porém, seus eixos estão nas extremidades da carroceria, com balanço dianteiro e traseiro bastante curto. Essa configuração favorece o entre-eixos, o que abriu 2,5 m para o espaço interno – e faz um bem imenso ao comportamento dinâmico do carro. Além, claro, de facilitar a vida dos designers para equilibrar a proporcionalidade da carroceria.

No estilo, os faróis fazem uma alusão aos Lamborghini, com cortes em cunha. Note nas fotos que as pontas da peça fazem a junção com o capô e para-choque – exatamente o que se encontra em um Urus, por exemplo.

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Ainda na parte dianteira, repare no detalhe de estilo nas extremidades dos para-choques. Lembra ou não o super SUV italiano? Enfim, semelhante ou não, a carinha de Lambo ultra low-cost fez bem ao Seagull. Funcionou, pois realmente o carro é bastante harmônico visualmente. Fotogênico na imagem e agradável ao vivo.

Na parte de trás, o design repete a linguagem estilística adotada no restante da carroceria, incluindo a lanterna alongada pela tampa do porta-malas, que se acende quando o freio é acionado. Dá para cravar, sem medo, que design é um dos pontos fortes desse BYD.

Por dentro, o jeitão do painel guarda forte semelhança com os demais carros da linha, sobretudo o Dolphin, e é relativamente amplo e iluminado. Não leve em consideração as cores azuis, nem o layout da central multimídia. O carro avaliado é uma configuração do mercado chinês, então o software que você vê nestas imagens não é o que será oferecido no Brasil.

O volante é o mesmo dos demais modelos, e a tela sensível ao toque é bem menor – e mesmo assim supera a de vários “nacionais”, com 10,1 polegadas. E também traz a função de uso na vertical. Um toque em botão virtual aciona um motor elétrico que gira o display. Atrás do volante, outro display configurável de TFT faz as vezes de painel de instrumentos. Essa é de sete polegadas, mas não é do tipo touchscreen.

Bastante curioso é o seletor das marchas, que fica numa régua de comandos na parte superior do painel, junto com outros comandos. São poucos botões, mas curiosamente o Seagull oferece uma facilidade que, por exemplo, o SUV Yuan Plus não oferece. Há um comando físico exclusivo para acionar o ar-condicionado e outro para controlar a ventilação. Os veículos mais caros da gama requerem que o ajuste seja feito pela tela digital.

Também é possível utilizar esse deck de controle para monitorar os modos de condução (conforto, esportivo ou econômico), bem como o controle de tração e estabilidade.

De fábrica estão inclusas funções importantes de segurança, como o controle de cruzeiro adaptativo, monitoramento de pressão dos pneus e quatro airbags.

A única concessão em que o design venceu a função, prejudicando a ergonomia, é o botão que aciona eletricamente a posição P, da transmissão automática. Ela fica na lateral desse painel de comando, do lado esquerdo. Ou seja, o único jeito confortável de acioná-lo é utilizando o dedão da mão direita. Muito estranho.

As saídas de ar são bastante pequenas. Porém, em um calor intenso de 42 ºC no dia em que tivemos contato com o Seagull, o ar-condicionado estava conta de manter a cabine em temperatura amena.

Também em posição de destaque está um berço para o celular em posição elevada no console. Tem carregamento por indução e ângulo diagonal, entre a ventilação e os porta-copos. Parece um mini altar para nosso companheiro eletrônico.

Os assentos têm espuma macia, com material sintético, o mesmo que também forra a parte central das portas e painel. No geral, o acabamento é satisfatório e supera o que se encontra nos modelos de entrada “nacionais”, na faixa de R$ 70 mil a R$ 90 mil. O motorista tem ajustes elétricos de altura e profundidade. A direção também conta com as mesmas regulagens, por meio de alavanca manual.

Apenas dois passageiros viajam no assento traseiro. Não há cinto “no meio”. E nem há espaço para abrigar um terceiro ocupante. No entanto, os caroneiros desses bancos tem À disposição um relativo bom espaço para as pernas (desde que quem esteja na frente não seja muito alto), mas principalmente para a cabeça. Vale comentar que, por causa das baterias, o assoalho é totalmente plano.

A cabine é alta inclusive na parte de trás, já que a coluna C está bem recuada. Ou seja, o teto não começa a “descer” na altura do encosto, apenas próximo à dobradiça da tampa do porta-malas. Os encostos de cabeça são retráteis, do tipo vírgula, para não prejudicar a visão traseira do motorista quando não estão em uso. É possível rebater os bancos (inteiriços), para aumentar o volume do bagageiro.

Talvez por deslize, a ficha técnica internacional divulgada para a imprensa continha uma “anotação” sobre o desenvolvimento de uma versão de cinco lugares para o mercado da América Latina. Pode ser proposital, pode ser uma provocação. Na dúvida, havia essa observação sobre um “quinto passageiro”. Particularmente duvido que essa adaptação seja viável, pois realmente o espaço só é suficiente para dois ocupantes.

O Seagull tem tração dianteira, com motor elétrico de 55 kWh (74 cv), com baterias de 30 kWh ou 38,8 kWh. No Brasil, ainda não sabemos se a BYD pretende trazer mais de uma versão. Se for única, certamente será a mais equipada da gama (são três versões na China).

Em nosso curto test-drive, uma pista fechada com curvas fechadas, a direção com assistência elétrica é bastante direta. Notei pouca rolagem de carroceria nos movimentos laterais e gostei da aceleração partindo de baixa velocidade. Porém, as respostas não são ágeis como as do Dolphin. Ao volante, fica nítida a vocação urbana do Seagull. Espere mais dele um guerreiro para viver no trânsito e em espaços apertados do que um velocista para empolgar o motorista.

Naquele país, a versão com bateria maior roda até 405 km considerando o ciclo daquele país, com velocidade máxima de 130 km/h. No Brasil, essa autonomia, dentro do ciclo estabelecido pelo Inmetro, deve ficar na casa dos 350 km – mas isso é apenas uma estimativa.

Na China, o Seagull já responde por 20% das vendas da BYD. A fábrica da empresa chinesa em Camaçari, Bahia, ficará pronta no final de 2024 para produzir o Dolphin e o Song (SUV). O Seagull é um forte candidato para ser o terceiro modelo a ser fabricado por aqui – e já a partir de 2025.

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Fonte: direitonews

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