Ao contabilizar receita líquida total de R$ 23,72 bilhões em julho último, a indústria brasileira de máquinas e equipamentos apresentou queda de 10,5% em relação a igual mês do ano passado, quando havia registrado receita líquida de R$ 26,5 bilhões. Em relação ao mês anterior, o faturamento caiu 4,6%. A informação foi divulgada, nesta quarta-feira (30) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), ao observar que o setor tem experimentado uma sequência de quedas, desde o ano passado.
Outro dado que reforça a tendência negativa, o consumo aparente de máquinas e equipamentos recuou de 9,9% no mês passado, para R$ 29,55 bilhões de reais, ao passo que a carteira média de pedidos do setor caiu 5,2%, no comparativo anual, para 10,7 semanas.
Confirmando o momento adverso, a diretora-executiva de economia da Abimaq, Cristina Zanella confessou, em entrevista coletiva, “que a gente estava na expectativa de números melhores para esse início de segundo semestre, mas novamente os números vieram fracos”.
A despeito da previsão, pela Abimaq, de uma queda de 3,4% no faturamento do setor este ano, a diretora-executiva da entidade adiantou que esse dado poderá ser revisto. “Os números de julho vieram muito fracos, então eu vou aguardar mais um período para poder fazer nossas revisões, mas, provavelmente a gente vai revisar os números para baixo, ainda que os números do segundo semestre venham melhores”, admitiu.
Em contraste com os números adversos no campo das receitas, no que se refere ao comércio exterior, os dados mantêm a tendência positiva, uma vez que as importações cresceram 15,8% em julho, no comparativo anual (US$ 2,29 bilhões), enquanto as exportações avançaram 16,7%, em igual comparativo (US$ 1,17 bilhão), a princípio, não impactadas pela valorização do real ante o dólar (apreciação cambial).
“O câmbio atual não tem inviabilizado as exportações, mas a gente já tem recebido queixas de que a rentabilidade já está diminuindo… Então, já começa a ‘acender o sinal amarelo’”, observou Cristina Zanella, ao prever que fatores, como o início da fase de redução da taxa básica de juros (Selic), e a sinalização do governo, de que pretende adotar a política de ‘depreciação acelerada’ de bens de capital, “só deverão trazer resultados positivos em 2024”.
Fonte: capitalist