A Ram Rampage é um dos principais lançamentos de 2023. Entre a pré-venda e o início das entregas, foram vendidas mais de 8 mil unidades da picape intermediária. O modelo, que compartilha plataforma com a Fiat Toro, chega para “bombar” a marca Ram da mesma forma que Renegade e Compass fizeram com a Jeep.
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Para isso, aposta em visual bastante diferente da Toro, tem lista de equipamentos recheada e um motor 2.0 turbo bem mais potente do que o 1.3 turbo da “prima” da Fiat. Confira abaixo cinco razões para comprar a versão topo de linha, R/T, e cinco motivos para fugir da picape.
A Rampage é o primeiro modelo nacional da Stellantis a usar o motor 2.0 turbo Hurricane 4. Além dela, o importado Jeep Wrangler também compartilha o propulsor, que tem excelentes números de desempenho.
São 272 cv e 40,8 kgfm, mais do que a maior parte dos motores desta cilindrada. Com isso, a Rampage é a segunda picape mais rápida do Brasil na aceleração de 0 a 100 km/h, cumprindo a prova em 6,9 segundos — perde apenas para a “irmã” 1500 Rebel, que leva 0,5 s a menos.
Na concorrência direta, porém, não há comparação. A Maverick turbo leva 7,1s e a Toro 1.3 turbo, longos 10,7 s. A velocidade máxima é de 220 km/h.
Os bons números de desempenho e a proposta esportiva poderiam fazer da Rampage um veículo desconfortável ou sem identidade de picape. Mas nada disso acontece com a caminhonete da Ram. O trabalho de suspensão na versão R/T deixou a caminhonete com excelente dinâmica de condução e ainda assim confortável quando o desejo é rodar na boa.
É mais macia do que a Ford Maverick, porém bem mais refinada do que a Fiat Toro, com quem compartilha a plataforma.
Outra boa sacada da Ram foi batizar a variante mais invocada de R/T e dar à Rampage toda a roupagem esportiva: rodas e faixas pretas, saída dupla de escape e acabamento mesclando couro e suede.
De forma geral, a Stellantis conseguiu diferenciar bem suas picapes intermediárias. Vale lembrar que Toro e Rampage compartilham plataforma, o motor turbodiesel, câmbio automático de nove marchas e parte da carroceria — as portas dianteiras são as mesmas, por exemplo.
Porém, a picape mais nova tem cabine completamente distinta e dianteira e traseira redesenhadas com a identidade da marca do carneiro. O resultado foi tão bom que os norte-americanos estão especulando a venda da Rampage por lá.
Além de todas as diferenças citadas acima (motorização, estilo e refinamento), a Rampage ainda se diferencia da Toro na lista de equipamentos. Só a picape da Ram pode receber, de fábrica, rodas de 19 polegadas, central multimídia de 12,3 polegadas e controlador de velocidade adaptativo.
No caso da Toro, as maiores rodas disponíveis são aro 18, a central multimídia tem 10 polegadas e o ACC sequer é oferecido, mesmo nas versões topo de linha.
Por fim, a Rampage ainda conta com o prestígio da marca Ram, considerada mais premium do que a própria Fiat, ainda que as duas pertençam ao mesmo grupo automotivo.
Desde o lançamento da Renault Oroch em 2016, o Brasil tem um novo segmento de picapes — as intermediárias. São opções com caçamba e capacidade de carga considerável (1.015 kg na Rampage diesel), mas construídas da mesma forma que um automóvel, usando monobloco.
Essas características agradam tanto quem precisa de um veículo para o trabalho nem tão pesado, como os clientes que preferem o conforto de um SUV, mas com outro tipo de embalagem. O sucesso da Fiat Toro (ela mais uma vez) e recentemente as boas vendas da Chevrolet Montana comprovam essa tese.
No caso da Rampage, o porte é similar ao de uma picape média de 20 anos atrás. São 5,02 m de comprimento, 2,99 m de entre-eixos e 1,89 m de largura. Na caçamba vão 980 litros.
Chega a ser irônico, mas a Rampage R/T é a versão mais econômica entre as opções com motor a gasolina. Ainda assim, o consumo não é exemplar. De acordo com o Inmetro, a picape produzida em Goiana (PE) roda 8 km/l na cidade e 10 km/l na estrada. Em nosso convívio com caminhonete, porém, o consumo urbano não passou de 6,5 km/l. Também vale lembrar que esse motor 2.0 é movido apenas a gasolina.
Como comparação, a Ford Maverick, que também é equipada com motor 2.0 turbo, é cerca de 10% mais econômica: 8,8 km/l e 11,1 km/l, respectivamente.
Apesar do amplo entre-eixos de 2,99 m, a Rampage tem o mesmo problema de espaço interno no banco traseiro da Toro. Ali, apenas pessoas com menos de 1,80 m viajam com conforto se o motorista tiver estatura mediana.
Além disso, o encosto é inclinado e a linha de cintura alta limitam o campo de visão dos passageiros. O túnel central elevado pode atrapalhar a vida de quem viaja na posição central.
Essa é uma questão específica da Rampage R/T. A versão topo de linha com motor a gasolina custa praticamente R$ 270 mil.
Por esse preço, já é possível comprar versões intermediárias de picapes médias com motor turbodiesel. Um bom exemplo é a Nissan Frontier Attack, que tem visual aventureiro e custa R$ 266.490. Investindo um pouco mais, R$ 282.990, há a versão XE, já mais equipada. De todo modo, há prós e contras, porque as caminhonetes maiores são menos equipadas.
Sim, é um problema pequeno diante das qualidades da picape. Mas não deixa de ser um incômodo rodar com a Rampage em dias de sol forte. Quando isso acontece, o console central de plástico preto brilhante e o seletor de câmbio de aço escovado refletem a luz, atrapalhando a visão do motorista.
Essa é uma questão que pode ser resolvida no departamento de acessórios da concessionária. Nenhuma versão tem capota marítima de série. Em compensação, há três opções.
Os preços começam em R$ 1.245 para a versão de lona. A capota rígida custa R$ 7.990 e a rígida com acionamento elétrico é oferecida por R$ 9.769.
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Fonte: direitonews