Felipe Godoi – Gcom
Depois de dois anos sem atividade cívico militar no
7 de setembro, por conta da pandemia do Coronavírus, a Prefeitura
organizou um desfile que surpreendeu as expectativas e reuniu mais de
10 mil pessoas ao longo do trajeto do desfile realizado na avenida
Amazonas.
A concentração aconteceu na rua Pedro Ferrer,
proximidades da Praça dos Carreiros. O palanque de autoridades foi
instalado na Praça Brasil e a dispersão aconteceu nas imediações
da escola EEMOP.
O prefeito José Carlos do Pátio, o
comandante do 18º GAC, Tenente Coronel de EB, Alan Sander de
Oliveira Jones, o Comandante do Comando Regional II do Corpo de
Bombeiros, Tenente coronel BM, Fabrício Gomes Costa, desfilaram em
carro aberto do Exército passando em revista a tropa e abrindo o
desfile cívico militar.
O
18º GAC – Grupo de Artilharia de Campanha, abriu o desfile
com os seus pelotões, suas viaturas bélicas
e táticas
e armamentos de ataque como obuses etc.
Em
seguida foi a vez dos militares do 4º CR – Comando Regional da
Polícia Militar, 5º BPM, 14º CIA Independente, Força Tática,
Grupo Armado de Motocicleta CAR – Comando de Ações Rápidas; PM
Ambiental, e policiais de rondas preventivas/ostensivas.
O
Corpo de Bombeiros, trouxe 60 bombeiros militares para a avenida, bem
como os 150 alunos da instituição, incluindo os do Projeto Karabom
(Karatê e Judô) que desfilaram pela avenida recebendo os aplausos
do público que se manifestavam a cada passagem de uma instituição
militar.
Outro ponto alto do desfie foi a passagem dos
cerca de 1,1 mil alunos de 12 a 17 anos de idade da Escola Militar
Tiradentes, Major Ernestino Veríssimo da Silva. A disciplina e
ordenamento chamaram a atenção do público em
geral.
ENCANTAMENTO
Mas o que trouxe emoção e
encantamento foi mesmo a apresentação das instituições
educacionais da rede municipal de educação. Cerca de 35 unidades
trouxeram seus alunos caracterizados, sendo os pequeninos (menor
idade), acomodados seguramente em carrocerias de caminhões, tendo as
professoras e monitoras ao lado, fazendo a segurança das crianças.
Por outro lado, os de mais idade, desfilaram
tranquilamente pela avenida trazendo estampados nos rostos a alegria
e o encanto da novidade que era desfilar pela primeira vez para um
público tão grande na avenida.
Os pais e familiares
compareceram para prestigiar o ato cívico e os filhos nesse 7 de
setembro que também comemorou os 200 anos da Independência do
Brasil. A cada escola a desfilar, os aplausos se repetiam e o ato de
civismo e cidadania ficavam mais evidentes nos rostos dos
expectadores.
Alunos
da etnia ‘boê-borôro’ da escola rural indígena da Aldeia
Tadarimana também participaram do desfile.
Além
das forças militares, escolas da rede pública de ensino,
instituições sociais e religiosas desfilaram abrilhantando e
agigantando a festa cívica.
Um exemplo disso foi a
participação da AATI – Associação de Apoio à Terceira Idade –
do Residencial Sagrada Família, que trouxe parte dos seus membros,
como a Dona Ana Inácia de 100 anos de idade, que desfilou em uma
cadeira de rodas, mas mostrou muita vitalidade, sendo aplaudida
constantemente durante todo o trajeto, como um exemplo de vida e
determinação.
As escolas da rede municipal se sucederam
ao longo do desfile, cada uma abordando um tema específico, ligado a
cidadania e a liberdade do país.
Diversas igrejas de
vertentes evangélicas desfilaram pela avenida, como a Igreja
Evangélica Assembleia de Deus que trouxe uma enorme estrutura para
desfile, tendo como abre-alas, os pastores e suas esposas. A
instituição apresentou a sua enorme fanfarra e um número grande de
fiéis, bem como os seus projetos sociais do: “Pão e Água”
desenvolvido nas ruas e bairros da cidade levando alimento material
e espiritual aos mais necessitados.
MANIFESTAÇÃO
No final do desfile,
cerca de 100 enfermeiros e técnicos de enfermagem fizeram uma
manifestação em frente ao palanque de autoridades, com faixas e
cartazes, protestando contra uma decisão do Ministro do STF – Luis
Roberto Barroso, que suspendeu o aumento do piso salarial da
categoria concedido pelo Presidente da República, Jair
Bolsonaro.
SEM DISCURSOS
Ao contrário dos anos anteriores, este ano,
não houve espaço para fala das autoridades. Mas, o prefeito José
Carlos do Pátio conversou com a imprensa e externou o seu
contentamento com o desfile. “Eu vi nesse desfile, um ato de
civismo e cidadania do nosso povo”. E acrescentou: “eu vejo esse
7 de setembro como um momento importante de unidade. Temos ainda nos
próximos dias que precedem as eleições, momentos políticos
importantes de definição e precisamos escolher bem os nossos
candidatos”, externou Pátio.
Ele ainda fez uma
retrospectiva dos 200 anos da independência, “Eu me sinto
orgulhoso de estar participando desse bicentenário da Independência
do Brasil, mas faço uma reflexão: o que avançou? E eu mesmo digo:
avançou muita coisa. E a gente nota que está avançando cada vez
mais. Veio na minha cabeça, 1889 quando da Proclamação da
República em 1930, quando nós fizemos a nova constituição; E
depois ainda os direitos do cidadão poder ir pra escola pública; e
o direito ao voto da mulher. Lembro também das nossas lutas sociais
como o petróleo é nosso (década de 1970); os avanços da
democracia, o “golpe militar”, as Diretas Já (1980), enfim: e eu
questiono: a que conclusão a gente chega? Eu, chego a conclusão
nesse desfile, que em 200 anos o povo evoluiu muito! A população
participando desse ato cívico de cidadania, é uma coisa linda”,
pontuou.
Pátio ainda falou da sua satisfação de
implementar o projeto de universalização da educação infantil no
município pontuando como o seu maior legado para as gerações
futuras. “Eu sonho em ver nossas crianças no futuro, bem educadas,
sendo cidadãos conscientes e participativos”, ponderou.
Além
das autoridades públicas, civis, militares e religiosas, diversos
vereadores, bem como secretários municipais e convidados
prestigiaram o evento, fazendo deste 7 de setembro, o maior e mais
bem organizado da história recente da cidade.