Cambagem de pneus: o que é, para que serve e como deve ser feita?


Para manter seu carro sempre com boa dirigibilidade e com longa durabilidade das peças, algumas manutenções periódicas são necessárias. E as revisões envolvem diversos serviços, como trocas de fluídos e filtros, por exemplo.

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Mas o alinhamento e o balanceamento também são muito importantes e indicados de tempo em tempo, principalmente na troca dos pneus ou no rodízio. Neste momento, entre muitas medidas, o mecânico pode notar a necessidade de fazer a cambagem, ou ajuste do camber.

A cambagem é um termo comumente utilizado na área automotiva, que se refere ao ajuste da inclinação vertical das rodas de um veículo em relação à superfície, quando visto o automóvel de frente.

Um ângulo de cambagem fora da especificação do fabricante do veículo, pode resultar, além de um desgaste irregular dos pneus, problemas de aderência e estabilidade em curvas, afetar a eficiência do sistema de suspensão, alterar o consumo de combustível e, claro, comprometer a segurança do motorista e dos veículos ao redor.

O desgaste irregular dos pneus acontece porque, com a cambagem fora do padrão, apenas um lado da banda de rodagem toca o chão, “comendo” a borracha por fora em caso da cambagem estar positiva, ou por dentro, se estiver negativa.

“Uma cambagem adequada, dentro das medidas estipuladas pelo fabricante, é fundamental para garantir a segurança, a estabilidade, o desgaste uniforme dos pneus, a aderência em curvas e a eficiência no consumo do combustível”, disse Rodrigo Emiliano Castilho, coordenador de serviços de linha pesada da DPaschoal.

A cambagem também tem uma importante influência na economia de combustível, pois quando as rodas estão alinhadas corretamente, há menos resistência ao rolamento, o que significa que o motor precisa fazer menos esforço para mover o veículo, gastando menos combustível.

A mesma questão influencia no desempenho do veículo. Com mais força para arrastar o carro, menor será a velocidade alcançada pelo carro. A falta de contato pleno dos pneu com o piso também vai prejudicar a eficiência da frenagem, afetando diretamente na segurança dos ocupantes, outros veículos, pedestres e ciclistas.

Durante o serviço de alinhamento, o indicado é medir todos os ângulos da suspensão. Em um eixo dianteiro de caminhão podem ser analisados sete ângulos, sendo os principais: convergência ou divergência, cáster e câmber (também conhecido como cambagem).

Normalmente, o desalinhamento ocorre após impactos violentos, como buracos e guias, desgaste dos componentes da suspensão ou acidentes.

O técnico da DPaschoal conta que, antigamente, os alinhamentos eram feitos com fitas, linhas métricas e gabaritos, mas atualmente, existem dois tipos: a laser e o computadorizado.

Nos veículos de passeio, o mais comum é aquele que utiliza canhões de laser presos às rodas, que projetam um feixe luminoso num painel montado à frente do carro, mostrando por meio de uma régua de ângulo estilo transferidor, o ângulo em que se encontram as rodas.

Já nos caminhões, estes canhões de laser são direcionados às réguas, que já ficam presas no veículo, seja no próprio chassi ou no “pino rei” da carreta, que são as referências para esta leitura dos ângulos.

Vários fatores, como o tipo de veículo, condições de direção e, no caso dos caminhões, a carga transportada e os fortes impactos na suspensão podem ser determinantes para a necessidade do ajuste.

“É importante realizar verificações regulares do alinhamento das rodas, incluindo a cambagem, como parte da manutenção preventiva dos veículos. Recomenda-se verificar o alinhamento a cada seis meses ou a cada 10 mil ou 15 mil quilômetros”, recomenda Castilho.

O técnico também recomenda a checagem sempre que ocorrer algum evento específico, como colisões, impactos fortes ou quando o motorista perceber um desgaste irregular dos pneus, que podem afetar o alinhamento das rodas e exigir um ajuste imediato.

“Importante frisar que se o motorista notar algum sintoma de desalinhamento ou problemas de direção, como vibrações excessivas ou dificuldade de controle do veículo, é recomendável realizar uma verificação do alinhamento das rodas, incluindo a cambagem, o mais rápido possível, independentemente do intervalo de tempo desde a última verificação”, recomenda o profissional.

Em modelos com a suspensão independente na traseira, como Honda Civic e Ford Focus, por exemplo, a cambagem também pode ser necessária no eixo de trás.

Apesar do ajuste da cambagem ser bastante comum, é preciso ver o manual do proprietário se a manutenção é prevista para o modelo do carro. A Volkswagen, por exemplo, não recomenda esse tipo de serviço em seus carros fabricados no Brasil. A marca informa que o único ajuste permitido é a convergência.

Outra montadora que não permite o ajuste é a Renault, que não prevê a cambagem no manual dos seus carros. Peugeot e Citroën recomendam que o procedimento só seja feito em suas concessionárias.

Vale lembrar que, em alguns casos em que se percebe o desalinhamento das rodas, o problema pode estar em alguma outra peça da suspensão, exigindo a troca de diversos outros itens, como braços, bandejas, buchas e amortecedores.

Também desconfie caso o mecânico queira resolver o problema à força. Pancadas para desamassar componentes podem até colocar a cambagem no ângulo correto, mas vão afetar outros componentes, como os rolamentos das rodas, causando outros defeitos e gerando riscos de quebra que antes não existiam.

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Fonte: direitonews

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