Docentes da UFMT recebem prêmio Capes de Tese


Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Câmpus de Cuiabá e Sinop, figuram entre os premiados no 18º Prêmio CAPES de Tese. Ao todo foram 1.469 trabalhos inscritos nessa edição da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o maior número de participantes nos 19 anos de concurso. A iniciativa reconhece as melhores teses de doutorado defendidas em programas de pós-graduação brasileiros em 2022.

Do Câmpus de Cuiabá, a lista traz a tese do docente do Departamento de Serviço Social, Paulo Wescley Maia Pinheiro, do Câmpus de Cuiabá, com título “Entre os rios que tudo arrastam e as margens que os oprimem: as determinações ontológicas da unidade exploração-opressão”. O estudo foi realizado no programa de pós-graduação em Política Social da Universidade de Brasília (Unb).

Ainda do Câmpus de Cuiabá, o docente do Departamento de Sociologia e Ciência Política, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), Harlon Romariz Rabelo Santos, recebeu Menção Honrosa na área de Sociologia, por sua tese defendida na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),  “Mobilização familiar e contexto escolar: escolha escolar e envolvimento parental na relação com as oportunidades de ensino médio público brasileiro”.

Entre as docentes que contribuem com estudos na área da saúde, a  tese “O Enfrentamento da Tuberculose em Migrantes Internacionais e Refugiados no Brasil”, da pesquisadora do Câmpus de Sinop, Sonia Vívian, também recebe o prêmio. O estudo, na área de Saúde Coletiva, foi realizado na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) . 

Para ela, o Prêmio Capes Tese, mostra-se como um importante indicador de excelência acadêmica, considerando os requisitos de originalidade, inovação e qualidade dos trabalhos desenvolvidos. “Destaca-se que mesmo diante da escassez de recursos financeiros e os desafios da pandemia da Covid-19, conseguimos manter o alto nível das pesquisas”, destacou.

Prêmio revela protagonismo do corpo docente da UFMT

Já o docente do Departamento de Serviço Social, Paulo Wescley Maia Pinheiro, explica que para a pesquisa articulou criticamente os acúmulos teóricos do materialismo, histórico e dialético, do feminismo classista e dos movimentos antirracistas e anticoloniais, adensando a complexidade da Teoria da Reprodução Social para pensar as questões de classe, raça/etnia, gênero/sexo e sexualidade. 

“Nesse debate busquei demonstrar que estas reflexões desvendam determinações com ênfases metodológicas diversas, se aproximando sucessivamente de sua essência quanto mais estruturam as análises por uma síntese unitária que articule os fundamentos da alienação do trabalho, da alienação colonial e da alienação sexual”, destacou.

Ganhador da Menção Honrosa na área de Sociologia, Harlon Romariz Rabelo Santos,  também reconhece o significado da premiação. “Trata-se de uma importante premiação nacional, que busca valorizar a produção científica em todas as áreas do conhecimento. A minha tese aborda a relação entre estratificação escolar e mobilização parental, desenvolvendo uma relação ainda pouco explorada nos estudos que têm a relação família-escola por objeto e no contexto da rede pública de ensino”, disse.

Para o docente Paulo Wescley Maia Pinheiro, outro ponto pertinente é que no texto de exposição da tese recai a escolha estética e ética por apresentar dados da realidade. “E também as sínteses teóricas sob uma lente que protagoniza a história de explorados/as e oprimida/os, enfatizando questões da América Latina, especialmente do Nordeste brasileiro e do estado de Mato Grosso, como espaços emblemáticos das contradições fundamentais que vivenciamos em nossa sociedade”, disse.

A ciência vence

Como a única tese da área de ciências humanas e sociais da UFRGS a receber alguma distinção nesta edição,  Harlon Romariz Rabelo Santos, destacou o desafio da pesquisa. “Apesar da tese ter sido fortemente afetada pela pandemia, eu e minha orientadora, Clarissa Neves, conseguimos produzir resultados que vieram a ser reconhecidos. Espero continuar desenvolvendo pesquisas sociais quantitativas nas áreas de sociologia da educação e estratificação educacional a partir da UFMT e do Departamento de Sociologia e Ciência Política (SOCIP), do qual sou atualmente docente”, ressaltou.

Paulo Wescley Maia Pinheiro reconhece que a ciência não pode ser competitiva. “Por isso, não acho que haja uma “melhor tese”, penso que existem teses boas, metodologicamente rigorosas, criticamente comprometidas com as questões fundamentais da nossa sociedade e socialmente referenciadas.Todas que cumprem isso precisam ser evidenciadas e socializadas”, destacou, reforçando que nesse sentido o prêmio Capes é um lócus de promoção da pesquisa e um momento para celebrar uma conquista coletiva.

“Com tanta desigualdade social, com tantas desigualdade regional no investimento para as pesquisas, sobretudo na área de humanas, tal feito acaba sendo a síntese de um esforço comum de discentes e docentes do Centro Oeste, resultado do amadurecimento teórico do departamento de serviço social da UFMT”, complementou o docente.  A solenidade de entrega do Prêmio CAPES de Tese ocorre em dezembro.

Saiba mais sobre o Prêmio

Fonte: ufmt

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