O contraste entre renovadas esperanças da prometida, há semanas, ajuda do governo de Pequim ao setor imobiliário chinês, com as restrições à produção de aço – por questões supostamente ambientais, impostas pelas autoridades locais – produziu um comportamento errático por parte do mercado de minério de ferro, na sessão desta sexta-feira (4).
Enquanto os contratos futuros da commodity mais negociada para janeiro do próximo ano na bolsa de Dalian (China) fecharam as negociações em queda de 0,8% a 725,5 iuanes ou US$ 101,03 por tonelada, na bolsa de Cingapura, o insumo siderúrgico para setembro próximo apresentou alta de 1,6% para US$ 102,4 a tonelada, quebrando uma sequência de três sessões negativas seguidas.
A expectativa positiva do mercado decorre de discussões mantidas entre o banco central da China com desenvolvedores imobiliários, com vistas à melhoria da situação financeira do setor, o que foi interpretado como um prenúncio de sua recuperação. Assim observou o diretor-gerente da Navigate Commodities em Cingapura Atilla Widnell. No paralelo, a cidade chinesa de Zhengzhou, se adiantou às negociações, ao apresentar medidas em favor do mercado imobiliário local.
A despeito das preocupações crescentes com relação à tendência de ‘desaceleração’ da produção local do aço, acentuadas pelo tufão que se abateu sobre a região produtora de Hebei, os estoques dos cinco principais itens de aço mantidos por traders em toda a China apresentaram expansão média de 2,1%, no período de 28 de julho a 3 de agosto, resultando no sexto ganho semanal acumulado, de acordo com a pesquisa da Mysteel, divulgada na quinta-feira (3).
Também na véspera (3), as restrições impostas pelas autoridades à produção de aço na China, associadas à incerteza quanto à capacidade de recuperação do setor imobiliário local, mais uma vez, determinaram perdas aos contratos futuros do minério de ferro.
Dessa forma, a commodity negociada para setembro pela bolsa de mercadorias e futuros de Dalian (China) recuou 3% a 810,50 iuanes ou US$ 112,70 por tonelada, após atingir a cotação mais baixa (808,50 iuanes), desde 12 julho último. Na bolsa de Cingapura, por sua vez, o contrato do insumo siderúrgico, para o mesmo mês, despencou 4%, descendo a US$ 99,70 por tonelada, depois de haver caído para US$ 99,40, menor patamar, desde 29 de junho.
Fonte: capitalist