Startup mais bem sucedida de Israel compra concorrente holandesa por US$ 610 milhões e mira o Brasil


Avaliada em mais de 15 bilhões de dólares, a decacórnio israelense Rapyd acaba de adquirir a PayU Global Payment Organisation (GPO), fornecedora de serviços de pagamento do grupo de investidores Prosus, dos Países Baixos. A compra foi fechada por 610 milhões de dólares e está pendente da aprovação regulatória em diversos países.

A Rapyd concorreu com outras duas empresas pela aquisição da startup, presente em 50 países da Ásia, Europa e América Latina, regiões onde atende mais de 450 mil empresas e processa 10 milhões de pagamentos por dia. No pleito, costurado pelo Bank of America após a Prosus decidir pela venda do negócio, participaram ainda a canadense Nuvei e a britânica Worldpay. As operações da PayU na Índia, Turquia e Sudeste Asiático não entraram no acordo de compra.

Com um modelo de fintech as a service, a Rapyd atua unificando tecnologias de meios de pagamento, atualmente com um portfólio de 1200 opções. Os clientes, entre pequenos e grandes de setores diversos da economia, podem integrar carteiras digitais, carrinhos de compra, terminais e links virtuais no mesmo lugar. A principal frente de atuação é no comércio transfronteiriço, facilitando as transações entre empresas como Adidas, Google e Ikea em cerca de 100 países.

Quais os próximos passos do negócio

A companhia, fundada em 2016, é considerada a startup mais bem-sucedida de Israel. Por trás, tem pesos pesados do venture capital como Target Global, que liderou a rodada série E de US$ 300 milhões em agosto de 2021. E ainda BlackRock, Latitud, General Catalyst e Spark Capital. 

O apoio financeiro tem alimentado um crescimento rápido, com ritmo contínuo em torno de 100% ao longo dos anos, e várias aquisições desde a fundação – a PayU é a quarta a entrar para o portfólio. Hoje, a startup está nos grandes centros financeiros globais como Tel Aviv (Israel), Dubai (Emirados Árabes), Londres (Reino Unido), São Francisco e Miami (Estados Unidos) e também Hong Kong e Singapura.

Com a nova transação, a Rapyd procura se aproximar de mercados emergentes como o Brasil, o forte do modelo de negócios da PayU. A ampliação da cobertura e capilaridade geográfica também são estratégicas para posicionar a empresa para a abertura de capital, um projeto ambicionado há certo tempo e adiado pelo cenário macroeconômico dos últimos anos.

“A aquisição acelera ainda mais o caminho da Rapyd para um IPO. Dito isto, o momento ideal será ditado por uma série de fatores”, afirma Eric Rosenthal, Chief Strategy Officer (CSO) da startup, por email.   

Quais os potenciais ganhos para o mercado brasileiro

Em 2022, Arik Shtilman, CEO e co-fundador da Rapyd, disse que o Brasil era um dos destinos prioritários e que a empresa estava em negociação avançada com três startups para fazer uma aquisição. A opção era um meio para facilitar a entrada e o trânsito pelas peculiaridades do modelo de regulamentação nacional.

Como os acordos não andaram, a Rapyd atua de forma remota no país, onde tem clientes como a Hotmart e a chilena Cornershop. A compra da PayU, com escritório em São Paulo e em mais três países na região, pode contribuir para equacionar a questão. 

Além disso, a integração entre os modelos deve permitir a entrega de uma oferta mais robusta de serviços e funcionalidades. “Essa aquisição vai ajudar o mercado latino-americano a se tornar uma das regiões mais relevantes da operação da Rapyd, representando cerca de 25% dos negócios globais”, diz Rosenthal. Ele preferiu não dar detalhes específicos sobre o Brasil.

Fonte: exame

Anteriores Zona do euro registra crescimento econômico no segundo trimestre após período estagnado
Próxima Congresso retoma atividades com depoimentos de ex-Abin e ex-GSI