Teste: BYD Seal é um sedã elétrico de 531 cv em meio aos SUVs. Faz sentido?


O mar de carros elétricos no Brasil terá mais um representante. Depois do golfinho, o próximo lançamento da BYD será a foca. Ou melhor, o foca. O sedã elétrico Seal (foca, em inglês) chega em breve na casa dos R$ 350 mil para expandir a atuação da marca chinesa por aqui. Será o quinto elétrico da fabricante depois do Tan, Han, Yuan e do recém-lançado Dolphin.

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O Seal fez sua primeira aparição no Festival de Interlagos, realizado em julho em São Paulo. E foi só uma aparição mesmo. Informações sobre o sedã elétrico no Brasil ainda são escassas. Mas Autoesporte teve a chance de andar pouco mais de 8 km ou duas voltas no Autódromo José Carlos Pace. E a primeira impressão foi boa…

Logo de cara o que impressiona é o design. Os 4,80 metros de comprimento e um ar de Porsche (guardada às devidas proporções) Taycan na dianteira em função dos faróis parecidos fazem do Seal um carro bem chamativo. Na lateral, o vinco de ponta a ponta, as maçanetas embutidas, os detalhes na parte inferior das portas (imitando guelras?) e as bonitas rodas de 19 polegadas são os destaques. O entre-eixos é generoso: 2,92 m. Atrás, as lanternas conectadas fazem um arranjo bem interessante, tridimensional, principalmente à noite quando estão acesas.

Hora de acelerar. Sou informado que são 531 cv de potência e pouco mais de 60 kgfm de torque fornecidos por dois motores elétricos – um na frente e outro atrás. A força é mais que suficiente para empurrar a foca pesada (são mais de duas toneladas ou 2.150 kg). Saio dos boxes e logo chego na Descida do Lago, o freio passa confiança e o Seal contorna sem grandes problemas. A direção não é tão direta, mas nada que passe insegurança.

Na parte mista do circuito (Laranjinha, Pinheirinho e Bico de Pato) aparece uma característica inerente ao Seal. Talvez por força G ou por ângulo de esterço do volante, a entrega de potência nas retomadas fica “travada” até o carro sentir que deve liberar toda a força. Ou seja, se você quiser “dar pé” no meio da curva porque você acha que já dá para acelerar, o Seal “entende” que não e a pressão no acelerador não resulta em nada. Com o carro (e volante) mais reto, aí sim, a potência é liberada e o sedã dispara. De acordo com a BYD, o Seal vai de zero a 100 km/h em 3,8 segundos. Vamos ter que tirar a prova em nossa pista de testes…

Na Junção o carro embala, o torque instantâneo mostra seu valor e atinjo 210 km/h no final da reta antes de frear e contornar o S do Senna. A carroceria oscila e dá para perceber que o habitat do sedã elétrico não é a pista, mas dá para se divertir um pouco. Ainda mais se tratando de Interlagos…

Contorno mais algumas curvas e vejo que meu corpo está sambando no confortável banco. Desacelero e aproveito para observar o interior e admirar a gigante tela giratória de 15,6″ no centro do painel que reúne comandos do carro e também do multimídia. Outro visor, de 10,2″, é do painel de instrumentos digital – bem vistoso e informativo, por sinal.

Outra peça que atrai olhares no interior é a manopla de câmbio em uma pegada meio cristal. Ao redor, botões físicos para comandar funções do veículo. De resto, a cabine traz bons materiais e encaixes. Os bancos com padrão “diamante” e costuras aparentes fazem os passageiros se sentirem no interior de um carro premium.

O preço, por sua vez, deve ser de carro premium mesmo. A BYD diz que ele será posicionado entre o SUV Yuan Plus e o sedã Han. O problema é que isso abrange valores entre R$ 280 mil e R$ 540 mil. Apostamos em algo na faixa dos R$ 350 mil, o que mesmo assim deixaria o Seal sem concorrência. Outros sedãs elétricos à venda no Brasil, como o JAC E-J7 (R$ 252.900) e o BMW i4 (mais de R$ 420 mil) ficam fora de valor.

Com baterias de 82,5 kWh, o Seal tem autonomia de 531 quilômetros, de acordo com a fabricante chinesa. O sedã está em processo de homologação no Brasil e será testado pelo Inmetro. Esse processo deve deixar a autonomia entre 350 km e 400 km. Desde o mês de maio o órgão tem um novo padrão de medição com o objetivo de aproximar a autonomia anunciada com a que o motorista pode conseguir na vida real.

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Fonte: direitonews

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