Parece que a Michelin não deve ser fornecedora de pneus na Fórmula 1 tão cedo. Falando ao F1-Insider, o chefe da Michelin, Matthieu Bornadel, criticou duramente, o que ele acredita ser uma visão filosófica errada da categoria.
A FIA deu a outros fabricantes de pneus, além da atual Pirelli, a oportunidade de se candidatarem como potenciais novos fornecedores para a F1 a partir de 2025, e a Michelin foi imediatamente lembrada. A marca francesa já forneceu pneus para a categoria, mas em 2006 deixou de fazê-lo, e 17 anos depois, a F1 e o fornecedor de pneus não parecem estar muito de acordo em algumas questões. A filosofia da Fórmula 1 não combina com os franceses segundo Bornadel.
“Queremos contar nossa história, a filosofia Michelin. Somos uma empresa que fornece pneus duráveis e de qualidade”. É nesse último quesito que as coisas começam a dar errado em relação à F1, segundo o francês. “Há apenas meia linha sobre sustentabilidade na licitação. Eles não se importam. Poderíamos colocar fogo nos pneus depois e ninguém diria nada sobre isso.”
Mas há outra questão complicada para a Michelin. Grande parte da estratégia atual da Fórmula 1, está ligada ao desgaste dos pneus. Se os pneus não se desgastarem, a F1 de hoje não funcionaria. A degradação dos pneus também vai contra a tendência da marca francesa, que quer criar os melhores pneus com o menor desgaste possível. “É tudo sobre o show e não sobre nos fazer parecer bem”, disse Bornadel. “Quando entramos em uma corrida, queremos sair dela com uma boa aparência e não parecer uma empresa que entrega um produto ruim.”
O chefe da Michelin apresenta um exemplo: “Se achamos que o show fica melhor quando o produto fica pior, por que não deixamos os carros desmoronar à medida que a corrida avança? Na primeira volta, você perde uma asa, depois um pneu…”, afirmou Bornadel.
Dessa forma, parece que a Pirelli atualmente tem as melhores chances de continuar sendo a fornecedora de pneus da Fórmula 1, tendo talvez a concorrência apenas da Bridgestone.
Fonte: f1mania