Eles criaram uma marca de alimentação saudável para bebês que faturou R$ 12 milhões


Uma viagem de fim de ano ao Brasil despertou um senso de oportunidade em Leonardo Afonso e Paulo Machado. O casal morava na Austrália com o filho Bernardo, à época com alguns meses de vida e em fase de introdução alimentar, e teve dificuldades de encontrar alimentos saudáveis e sem conservantes para bebês por aqui, algo com o qual o pequeno já estava familiarizado.

Dois anos depois, no começo de 2021, a Papapá era lançada no mercado brasileiro e fazia a sua primeira entrega de produtos. Neste meio tempo entre a viagem e a chegada dos produtos às gôndolas, Afonso saiu da multinacional de alimentos em que trabalhava como diretor executivo de supply chain e, o casal retornou ao Brasil, estabelecendo residência em Curitiba, no Paraná, o estado natal.

“Levou dois anos para o desenvolvimento da marca e dos produtos”, afirma Afonso. Para colocar a Papapá no mercado, o casal observou também um movimento global. Cada vez mais os pais procuram por marcas com produtos orgânicos e sem conservantes, motivo pelo qual ganharam espaço no setor empresas como a americana Plum Organics e a britânica Ellas’s Kitchen.

Como a Papapá tem crescido no mercado

“Quando olhamos para essas novas marcas, percebemos que elas só faziam alimentos para bebês, tinham todo o portfólio ligado ao conceito de saudável e eram fundadas por pais e mães, com uma linguagem humanizada”, diz. “Isso foi suficiente para me convencer que havia uma grande oportunidade no Brasil pelo tamanho do mercado e por não ter acontecido ainda”.

Os dois investiram R$ 1,5 milhão no negócio e a Papapá entrou no mercado com a oferta de papinhas diversas, explorando sabores que vão de maçã e ameixa a banana, mirtilo e quinoa.

Ainda em meados de 2021, a empresa ganhou um reforço no caixa com a captação de uma rodada de 5 milhões com Alphonse Voigt e Antonio Maganhotte Junior, sócio-fundadores da Ebanx, entre outros investidores-anjo. O valor ajudou na montagem de time, desenvolvimento de novos produtos e na ampliação dos canais de distribuição.

Qual o futuro do negócio

Além das papinhas, a Papapá tem incrementado o portfólio com snacks para bebês, categoria nova e bem incipiente no país. E, nos últimos dias, apresentou a “papapasta”, linha de macarrão para bebês, e a “La Chef”, com refeições prontas para bebês. “Eu vejo uma curva de crescimento ainda mais acelerada com a gente fechando esse gap de portfólio oferecendo refeições salgadas também”, afirma Afonso.

Com previsão de crescer 400% neste ano, repetindo o ritmo do ano passado, a empresa está em todos os estados e em mais de 4 mil pontos de venda. 70% do faturamento de 12 milhões em 2022 veio das lojas físicas e 30% do digital. O desafio é de ampliar a densidade em regiões mais distante do centro-sul. Os principais mercados hoje são Paraná, São Paulo e Santa Catarina.

Enquanto a marca vai conquistando mercado, a família também tem crescido. O Bernardo, hoje com quase seis anos, ganhou dois irmãos, o Rafael, de 3 anos, e a Sara, com apenas 3 meses. E, à medida que as crianças crescem, acompanhar a evolução pode ser tornar uma nova dor de cabeça – ou oportunidade.

“A gente tem planos no futuro próximo de estender a linha, não como Papapá. Talvez com outra marca própria e especialista em alimentos para crianças, dando sequência logo que novas dores vão aparecendo com o crescer dos filhos”, diz Afonso. O projeto ainda está em desenvolvimento e deve ficar para o próximo ano.

Fonte: exame

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