Justiça russa condena a 22 anos de prisão ex-jornalista Ivan Safronov acusado de alta traição


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“[…] condenar Safronov a uma pena de prisão por um período de 22 anos em uma colônia penal de regime rigoroso”, anunciou a corte.
Adicionalmente, ele foi sentenciado a dois anos de restrição de liberdade após sua libertação e a uma multa de 500 mil rublos (R$ 42,8 mil).
As audiências do processo têm decorrido desde março. Safronov, que antes de trabalhar na Roscosmos era observador dos temas militares e espaciais nos jornais russos Vedomosti e Kommersant, foi detido em 7 de julho de 2020. O Serviço Federal de Segurança da Rússia informou que ele tinha transmitido dados secretos relativamente à cooperação técnico-militar russa e à área de defesa a um dos serviços secretos da OTAN.
Os advogados do jornalista afirmaram que os investigadores suspeitavam que Safronov trabalhava para os serviços de inteligência tchecos desde 2012. O processo se refere à alegada transmissão por motivos interesseiros de informação técnico-militar sobre entregas de armas para países africanos. Segundo os dados da investigação, o destinatário final eram os Estados Unidos.
Um militar russo é visto na vila de Aleksandrovka, que ficou sob o controle das tropas pró-russas, durante a operação militar da Rússia na Ucrânia, na região de Kherson, na Ucrânia, 15 de agosto de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 28.08.2022

Além disso, os promotores acusam Safronov de transferência de certos dados sobre a atividade dos militares russos na Síria ao cientista político Demuri Voronin, que por sua vez os passou para representantes da Universidade de Zurique e a inteligência alemã. O mesmo Voronin é réu em um processo criminal por traição. Ele foi testemunha de acusação no processo de Ivan Safronov, mas prestou um depoimento que demonstra a inocência do assessor do chefe da Roscosmos, segundo alegou a defesa.
Segundo a Procuradoria-Geral da Rússia, foram documentados os fatos de contínua coleta, de 2015 a 2019, de dados classificados, inclusive “relativa à cooperação técnico-militar da Rússia com os Estados da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, bem como com países do Oriente Médio, da África e dos Bálcãs”.
Os dados coletados, segundo os promotores, eram fornecidos por Safronov, de modo remunerado, “sistematicamente a representantes dos serviços secretos estrangeiros, entendendo que essas informações poderiam ser utilizadas por Estados-membros da OTAN contra a segurança da Federação da Rússia“.
O ex-jornalista não concorda com nenhuma das posições da sentença, considera sua perseguição ilegal e afirma que nenhuns crimes foram provados.
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