Indústria de alumínio na Europa vive ‘verdadeira crise existencial’, diz representante do setor


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A produção de alumínio na Europa caiu para os níveis dos anos 1970, com a crise energética ameaçando aniquilar uma parte significativa da indústria local, escreve no domingo (4) a agência norte-americana Bloomberg.
“Esta é uma verdadeira crise existencial”, resumiu Paul Voss, CEO da empresa European Aluminium, que representa os maiores produtores da região, à Bloomberg.
“Precisamos encontrar uma solução bastante rápida, caso contrário não haverá nada para consertar”, advertiu ele.
A produção de alumínio, um metal utilizado em uma ampla gama de produtos, desde aviões e carros até latas de refrigerantes, está associada ao alto consumo de energia, e o setor tem sido um dos mais atingidos pela crise energética da Europa devido à redução do fornecimento de combustível, inclusive pelas sanções impostas à Rússia por sua operação militar na Ucrânia. Devido aos elevados níveis de energia necessários para a produção de alumínio, os altos preços dos combustíveis tornaram o setor não rentável.
“A história tem provado [que], assim que os fornos de alumínio forem embora, eles não voltarão. Há um argumento que vai além do emprego: esta é uma importante mercadoria de metal de base, ela vai para aeronaves, armas, transporte e máquinas“, disse Mark Hansen, presidente-executivo da Concord Resources Ltd, empresa de comércio de metais.
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De acordo com estimativas da consultoria Wood Mackenzie, a Europa já perdeu cerca de um milhão de toneladas de capacidade de produção anual de alumínio, das quais 25% provavelmente não têm perspectivas de recuperação. Outras 500.000 toneladas são “altamente vulneráveis” ao fechamento. Neste setor, são necessários meses e dezenas de milhões de dólares de investimento para reiniciar a produção assim que os fornos forem desligados.
Em agosto, a metalúrgica norueguesa Norsk Hydro anunciou o fechamento de sua fábrica de produção de alumínio primário Slovalco na Eslováquia devido a “condições adversas e altos preços de eletricidade, que não mostram sinais de melhoria a curto prazo”.
Ola Saeter, chefe do conselho de administração da Slovalco, disse que a fábrica, que estava operando a 60% de sua capacidade máxima de 175.000 toneladas por ano, sofreria perdas financeiras “substanciais” se continuasse operando além de 2022.
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