Após a reunião, que durou pouco mais de meia hora, foi relatado algum “progresso”. Mas não se fala em nenhuma mudança nas posições políticas das partes.
“Os dois lados expressaram a vontade de continuar conversando, mas houve poucos indícios de que qualquer um deles esteja preparado para mudar suas posições em relação a questões que vão desde o comércio até Taiwan, […] até a afirmação militar chinesa no mar do Sul da China ou a guerra entre a Rússia e Ucrânia”, admite o jornal Político.
Na reunião com Blinken, Xi se declarou satisfeito com o resultado das reuniões anteriores do secretário de Estado com dois altos diplomatas chineses e disse que os dois países haviam concordado em retomar um programa de entendimentos que ele e o presidente Joe Biden acordaram em uma reunião em Bali no ano passado.
“Os dois lados também progrediram e chegaram a um acordo sobre algumas questões específicas. Isso é muito bom”, cita o artigo o presidente chinês.
Mas a agenda acordada em Bali em 2022 foi colocada em risco nos últimos meses, principalmente depois que os EUA derrubaram um balão chinês sobre seu espaço aéreo em fevereiro, ao que se seguiu o cancelamento da visita planejada de Blinken à China no mesmo mês.
A atividade militar no estreito de Taiwan e no mar do Sul da China, junto com as disputas no comércio e produção, aumentam a tensão e tornam a lista de áreas problemáticas assustadora.
Apesar de sua presença na China, o artigo diz que Blinken e outras autoridades norte-americanas minimizaram as perspectivas de avanços significativos nas questões mais difíceis enfrentadas pelas duas maiores economias do planeta.
Na primeira rodada de conversações no domingo (18), Blinken se reuniu por quase seis horas com o ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, após o que ambos os países disseram ter concordado em continuar as discussões de alto nível.
No entanto, o Politico relata que não houve nenhum sinal de que qualquer uma das questões mais controversas entre eles estivesse mais perto de ser resolvida, além de Qin ter aceito o convite para continuar as negociações nos Estados Unidos.
Desde o cancelamento da viagem de Blinken em fevereiro, houve algumas reuniões de alto nível: o chefe da CIA, William Burns, viajou para a China em maio, enquanto o ministro do Comércio da China visitou os EUA.
O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, também se reuniu com o chefe da Comissão de Relações Exteriores do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC), Wang Yi, em Viena, em maio.
Mas essas reuniões foram niveladas pela retórica forte de ambos os países sobre a questão de Taiwan, por suas intenções no Indo-Pacífico, pela recusa da China em condenar a Rússia quanto ao conflito na Ucrânia e pelas alegações de Washington de que Pequim estaria tentando supostamente aumentar sua capacidade de vigilância mundial, através de uma instalação recente em Cuba.
Além disso, conclui o jornal, só no início deste mês, o ministro da Defesa da China recusou um pedido do secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, para uma reunião nas margens de um simpósio de segurança em Cingapura.
Isso mostra que as tensões entre as duas grandes potências, apesar dos esforços recentes de Blinken, ainda permanecem.
Fonte: sputniknewsbrasil