Mesmo após decidir interromper, nesta quarta-feira (14), o ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos (mantidos na faixa de referência de 5% a 5,25%) para junho corrente, o Federal Reserve (Fed) deverá, em breve, aumentar, ainda mais, o aperto monetário sobre a economia ianque.
Essa é a avaliação de operadores, que redobraram as apostas (chance de três em uma) de que a autoridade monetária estadunidense voltará a subir as taxas, em julho próximo (como apontam contratos futuros) em resposta à posição de autoridades locais que, recentemente, haviam se manifestado favoráveis à necessidade ‘apertar’ mais a política monetária.
Embora o ciclo de alta dos juros tenha sido interrompido, após dez aumentos seguidos, pelo Fed, o atual patamar das taxas é o mais elevado em 16 anos, que se justificaria pelos níveis, igualmente altos, da inflação estadunidense.
Em comunicado, a autoridade monetária dos EUA assinala que “indicadores recentes sugerem que a atividade econômica segue crescendo em ritmo modesto. Os ganhos de empregos foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceu baixa. A inflação continua elevada”.
Como argumento adicional para a medida, o Fed explicou que “manter o intervalo da meta estável nesta reunião permite ao Comitê avaliar informações adicionais e suas implicações para a política monetária”.
Reforçando a iniciativa da autoridade monetária dos EUA, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês, similar ao Copom brasileiro) fez menção ao que chamou de ‘turbulência’ do sistema bancário norte-americano, diante da quebra dos bancos médios Silicon Valley Bank e Signature Bank e da crise enfrentada pelo First Republic Bank.
“O sistema bancário dos EUA é sólido e resiliente. Condições de crédito mais apertadas para famílias e empresas devem pesar na atividade econômica, nas contratações e na inflação. A extensão desses efeitos permanece incerta. O Comitê permanece altamente atento aos riscos de inflação”, avaliou o Fomc.
A título de combater a ‘resiliente’ inflação ianque, o Fed vem aplicando sucessivas altas nas taxas de juros, de modo a dificultar o acesso ao crédito, ‘esfriar’ a atividade econômica, forçando, com isso, a queda nos preços. Como meta, o Fed pretende reduzir a inflação anual local à faixa de 2%, bem abaixo do patamar atual, em torno de 5%.
Fonte: capitalist