Seguro popular acabou, mas há opções de baixo custo e que aceitam carros mais velhos


Proteger o seu patrimônio é muito importante em um país como o Brasil. De um smartphone a sua residência, o seguro é essencial para evitar prejuízos. O mesmo acontece com o automóvel, embora nem todo mundo faça isso: um levantamento da Minuto Seguros revela que apenas 30% da frota brasileira possui algum tipo de seguro.

Os motivos para não ter seguro são variados, mas normalmente estão ligados aos gastos. Assim surgiu em 2016 o seguro popular, modalidade que permitia a exclusão de determinadas coberturas e, principalmente, o uso de peças de reposição usadas – esta última uma forma significativa de baratear o valor da apólice. Vale ressaltar que o seguro tradicional prevê apenas o uso de componentes novos, embora o uso de peças usadas não seja ilegal.

Outra diferença estava no pagamento de indenizações. Por ter valores mais acessíveis, a companhia pagava um valor estipulado em apólice em caso de sinistro de roubo, que normalmente correspondia de 80% a 90% do valor do veículo na tabela Fipe. No seguro tradicional, o cliente é indenizado em sua integridade.

Entretanto, o seguro popular foi extinto pela própria Susep (Superintendência de Seguros Privados) pouco tempo após sua criação.

“Essa modalidade deixou de existir, mas hoje temos produtos mais enxutos no mercado, com coberturas menores ou seguros sem determinadas coberturas”, afirma Marcia Camacho, diretora de operações da Minuto Seguros.

De acordo com a executiva, o avanço dos seguros “piratas” (não regulamentados pela Susep), acelerou o surgimento de seguros mais acessíveis. Para chegar a um valor que caiba no bolso do cliente, as seguradoras não oferecem todas as coberturas possíveis.

Um bom exemplo é o seguro com cobertura compreensiva, que protege contra os riscos mais comumente contratados. Entre eles, estão roubo e furto, colisão, incêndio e danos causados pela natureza, como enchentes.

O segurado pode ainda contratar outros tipos de cobertura, como guincho, assistência 24 horas, assistência a vidros, seguro para terceiros e carro reserva.

Nessa mesma linha, Marcia lista ainda outros três produtos “de entrada”:

A estratégia está dando bons resultados. Segundo a executiva, 70% das vendas atendem o cliente que adquire o seguro com cobertura compreensiva. Além disso, os produtos mais acessíveis correspondem a 30% das vendas da Minuto Seguros.

Entre os fatores que costumam desencorajar quem pretende segurar seu veículo, a idade avançada do carro costuma ser um dos grandes empecilhos. No entanto, a maioria das seguradoras flexibilizou os critérios para aceitar modelos mais antigos. A redução da burocracia também está atraindo mais clientes.

“Antes da pandemia, tínhamos uma procura maior de carros novos. De uns anos para cá, houve um aumento de participação dos veículos usados. Além de terem aumentado o tempo de aceitação (hoje algumas aceitam carros com 20 e 25 anos), as seguradoras facilitaram o processo de vistoria nos carros usados. Se antes tudo era realizado de forma presencial, hoje muitos processos podem ser realizados pelo aplicativo. Algumas seguradoras até usam algoritmos, que em alguns casos, dispensam a vistoria de acordo com o histórico do cliente”, afirma Marcia.

Como em toda compra, é essencial analisar as opções com cuidado para não comprar um produto que esteja aquém ou além de suas necessidades.

“Muitas vezes, compra-se um produto muito além do que você precisa, e, por isso, acaba pagando muito mais caro. Nossos consultores são orientados a, caso não caiba no bolso, oferecer um plano que seja mais acessível”, diz Marcia.

Um exemplo bastante recorrente é o motorista que trabalha com aplicativo. Neste caso, o seguro compreensivo será bem caro por conta da exposição frequente aos riscos. Assim, um seguro de outra modalidade pode sair de 30% a 40% mais barato sobre o mesmo perfil em comparação ao seguro compreensivo. Em perfis de riscos menores, a diferença pode ser até metade do valor em relação ao plano compreensivo.

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Fonte: direitonews

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