Opinião: não importa o quão tecnológico o carro seja, educação no trânsito (ainda) é prioridade


Devem ser raros os carros que saem hoje da linha de montagem sem o acionamento elétrico dos vidros – pode chamar de vidro elétrico. Quando o recurso começou a se tornar mais comum ali pela década de 1990, alguma instituição divulgou que ao não ter de girar a manivela para baixar ou subir o vidro a pessoa deixaria de gastar de três a cinco calorias.

Não lembro o valor exato, mas não chega a ser má notícia para quem conta até quantas folhas de alface pode comer no almoço. A preocupação de fato é com alimentos ultraprocessados, mas o tema aqui é carro. E há coisas nos automóveis que vêm para ser usadas, seja por comodidade ou segurança.

Algumas ainda não evoluíram. Ainda é preciso, por exemplo, acionar uma leve alavanca para avisar aos demais motoristas que seu carro vai mudar de trajetória. Gasto de uma ou duas calorias, um ou dois segundos, não sei ao certo. O fato é que muita gente despreza esse gesto.

Aprende-se no curso teórico para tirar a habilitação que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) exige o uso da seta. Deixar de usá-la é considerado infração grave, punida com multa de R$ 195,23 e cinco pontos na CNH. É preciso ser alfabetizado para dirigir um veículo. Daí que quem não segue essa regra pode ser analfabeto e corrupto, preguiçoso ou simplesmente mal-educado.

Como muita coisa nas regras de trânsito, antes mesmo das multas vêm a educação e a cidadania. Há muitas situações em que a omissão na sinalização atrapalha os demais motoristas, o fluxo do trânsito, resulta em fechadas. Tudo por pouco caso de quem está ao volante.

A frase “Ai, que preguiça!” foi consagrada em “Macunaíma”, obra de Mário de Andrade. Ao sair da floresta e ir para São Paulo, o personagem se espanta com o movimento, os prédios e os automóveis. Mas não chega a dirigir um, assim não é possível afirmar se seria ou não um bom motorista, apesar de se declarar preguiçoso.

Para quem despreza normas de trânsito, cortesia e cidadania ao volante, vale a lembrança do subtítulo desse famoso livro da literatura brasileira: “O herói sem nenhum caráter”.

Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.

Fonte: direitonews

Anteriores Prefeito lamenta morte do servidor terceirizado, Agostinho Batista
Próxima TVU entrevista médica sobre Herpes-Zoster