No mundo dos negócios, ganha mais quem enxerga (a oportunidade) primeiro. É o caso dos títulos prefixados do Tesouro Direto, apontados por dez entre dez especialistas como a ‘pedida do momento’ para investidores que buscam resgates ‘mais polpudos’ no longo prazo, enquanto não se confirma o corte da Selic (taxa básica de juros) pelo Banco Central (BC), atualmente em 13,75% ao ano.
No caso específico do Tesouro Direto, o mercado oferece títulos prefixados com rendimentos de 12% ao ano, com vencimento entre 2026 e 2029. O mesmo vale para os chamados Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), que estão pagando mais, embora exista risco de calote desses papéis emitidos por bancos – somente até o limite de R$ 250 mil por CPF por instituição financeira, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) reembolsa o investidor.
Enquanto tal corte não é ‘desfechado’ pela autoridade monetária, o consenso entre economistas e estrategistas de investimentos é no sentido de que sejam aproveitadas as altas taxas de juros dos citados títulos prefixados (com rendimentos atrelados à Selic), antes que estas caiam, a despeito do risco implícito de contratação de uma taxa de juros fixa.
Para melhor entendimento do leitor, quando adquire um título prefixado, um investidor contrata uma taxa de juros fixa, sabendo, no mesmo instante, quanto aquele investimento poderá render na data de vencimento do papel, para efeito de saque. Essa modalidade é distinta daquela em que o título é indexado à inflação ou à Selic, cujo rendimento está associado a esses indicadores econômicos.
De modo geral, papéis prefixados não encabeçam a lista de recomendações de aplicações, pois seu preço sofre variações constantes, conforme a expectativa para os juros. Caso o investidor realize o resgate antes do prazo contratado, este apurará perdas, além de auferir um retorno inferior à variação da Selic, na hipótese de piora das previsões econômicas, ou se a Selic se mantiver alta por muito tempo.
Agora, com o recuo dos índices de inflação e a desvalorização do dólar, a nova postura dos economistas é de indicar os papéis prefixados, mediante a perspectiva de que o corte da Selic deva ocorrer em agosto ou setembro próximos.
No plano macroeconômico, o destaque do último Boletim Focus é a redução da previsão da inflação para este ano e para o próximo, que baixou para 6% e 4%, respectivamente, levando em conta que a meta de inflação para 2023 é de 3,25% e de 3% para 2024, com tolerância de 1,5 ponto percentual, para cima ou para baixo.
No que toca à Selic, a projeção do mercado financeiro é de que esta deva cair, ao final de 2023, para 12,50% ao ano e para 10%, no ano seguinte. Em que pese a redução citada da Selic, o entendimento de especialistas do mercado é de que as respectivas taxas continuam ‘atrativas’ e não ‘são nada desprezíveis’, o que indica sua prioridade para investimento, agora!
Fonte: capitalist