O avanço de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, no primeiro trimestre deste ano (1T23), coloca o país no quarto lugar do ranking global de crescimento, segundo pesquisa que reúne 61 países, divulgada, nesta quinta-feira (1º) pela consultoria internacional Austing Rating.
A pátria tupiniquim, nesse estudo, só é superada por Hong Kong (5,3%),Polônia (3,8%), além de ‘encostar’ na China (2,2%). Pelo quesito ‘valores correntes’ do PIB, porém, a nação verde-amarela pontua a décima posição, entre as maiores economias do planeta, totalizando US$ 2,082 trilhões, conforme a consultoria.
De acordo com o levantamento da Austin, embora tenha crescido dentro da média do bloco dos BRICS – formado pelas economias emergentes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – o país de Pindorama teve expansão bem superior à média geral, que não passou de 0,2%, assim como da média do G7 (0,4%), integrada pelo grupo dos sete países mais ricos do mundo, e da ‘rica’ zona do euro, que subiu não mais que 0,1%.
Mas levando em conta a alta de 4% do PIB nacional, no comparativo do primeiro terço deste ano com o seu idêntico no ano passado (1T23/1T22), o Brasil deixa para trás todas as médias internacionais: média geral (2,9%), BRICS (2,9%), G7 (1,1%) e zona do euro (1,4%).
Agropecuária fez a diferença – Como previsto, o desempenho excepcional da Agropecuária fez a diferença no cálculo do PIB do 1T23 – que agora totaliza R$ 2,6 trilhões, em valores correntes – ao saltar 21,6%, no comparativo anual, melhor resultado do setor, desde o quarto trimestre de 2016, apontaram dados do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgado, nesta quinta (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sozinho, o setor primário responde por 8% da economia brasileira.
Além de avançar 4% ante o primeiro trimestre de 2022 (1T22), o PIB também cresceu 3,3%, em comparação com os quatro trimestres imediatamente anteriores. Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, “problemas climáticos impactaram negativamente a Agropecuária ano passado e esse ano estamos com previsão de safra recorde de soja, que representa aproximadamente 70% da lavoura no trimestre, com crescimento de mais de 24% de produção. A safra da soja é concentrada no primeiro semestre do ano. Ao compararmos o quarto trimestre de um ano ruim com um primeiro trimestre bom, observamos esse crescimento expressivo da Agropecuária”.
Bem menos representativo para a formação do PIB, nos primeiros três meses deste ano, o desempenho do setor de serviços foi mais modesto, ao crescer somente 0,6%, no comparativo trimestral (1T23/4T22) – em decorrência do crescimento moderado dos segmentos de Transportes e Atividades Financeiras, ambos de 1,2%.
“A alta no setor dos Transportes foi influenciada, tanto pelo transporte de carga, quanto pelo volume de passageiros, ao passo que as Atividades Financeira foram puxadas pelo segmento de seguros, em decorrência do aumento de valor dos prêmios, embora o dos sinistros tenha caído, e o setor tem um ganho quando acontece isso”, acrescenta a coordenadora da pesquisa.
Sobre o recuo de 1,4% do setor de Informação e comunicação – o maior, no primeiro trimestre, no setor de serviços – Rebeca acentua que “a queda dessa atividade pode ser explicada, em grande parte, por uma base de comparação alta. Foi a atividade que mais cresceu depois da pandemia, se encontra 22,3% acima do patamar do quarto trimestre de 2019”.
Já a indústria ficou estável, ao baixar 0,1% no primeiro trimestre de 2023. “A queda na Indústria de Transformação foi influenciada pelas quedas de bens de capital e bens intermediários, enquanto a Atividade de Eletricidade e água, gás, esgoto, atividades de gestão de resíduos subiu 6,4%, visto que estamos em um momento de boas condições hídricas, sem escassez”, avalia a coordenadora.
Fonte: capitalist