“Processo de desinflação apresenta ‘ritmo lento’ e não acabou”


O processo de desinflação (redução dos índices inflacionários) ainda está em ritmo ‘muito lento’ e não acabou, o que demanda da autoridade monetária [Banco Central] agir com ‘paciência’ e ‘sinergia’.

É o que declarou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, durante participação no ‘Global Emerging Markets Summit 2023’, promovido pela agência de classificação de risco Moody’s, ao enfatizar a necessidade de garantir a convergência do índice de preços à meta de inflação, de 3,25% para este ano, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), embora a projeção mais recente do boletim Focus aponte que o IPCA (índice oficial) deverá encerrar o ano próximo a 5,80%.

Ainda sobre o aspecto do combate inflacionário, Campos Neto destacou o pioneirismo brasileiro, no sentido de adotar o aperto monetário, tão logo foi identificada a ‘persistência’ da inflação. “Estamos vendo uma reversão desse processo no Brasil, mas em um ritmo muito lento e comunicamos que precisamos avançar com paciência e sinergia”, justificou.

A respeito da ‘desaceleração’ do IPCA-15 (prévia da inflação oficial, medida pelo IPCA) – que baixou de 0,57% em abril para 0,51% este mês, com alta acumulada em 4,07% em 12 meses – o dirigente da autoridade monetária acentuou que o índice “de fato veio melhor”, com “núcleos melhores”, embora tenha admitido uma “surpresa grande” em relação ao desempenho do setor de vestuário.

Sobre a agenda de digitalização no país – que envolve o lançamento, em 2024, do real digital (CBDC, na sigla em inglês) – Campos Neto destacou que esta envolve ‘várias frentes’, cujo objetivo central é “tornar o sistema local mais competitivo e aberto”.

No caso específico do Pix, open banking e real digital, o presidente do BC adiantou que “estamos pensando em como podemos monetizar os dados e interagir com o sistema que foi criado”, além do estudo de como será feita a inserção do conceito de ‘tokenização’ nos balanços dos bancos.

Fonte: capitalist

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