Nos últimos anos, um dos termos que entraram no vocabulário do meio corporativo foi o compliance. A palavra tem origem na língua inglesa, mais especificamente no verbo “to comply with”, que significa “agir de acordo com”. Basicamente, refere-se a um conjunto de normas e boas práticas que devem refletir os valores de uma empresa e assegurar um ambiente de trabalho saudável e produtivo.
Assim, quando falamos de compliance, não se trata apenas de estar em conformidade com leis e regras – trabalhistas, contábeis, ambientais – aplicáveis ao negócio. Hoje, o termo tem um sentido mais amplo. Inclui compromisso com padrões éticos, de transparência e integridade, que agreguem valor à empresa ou à instituição para seus públicos de interesse, sejam clientes, associados, empregados e fornecedores.
Sabendo disso, as organizações têm investido cada vez mais para estabelecer um setor de compliance bem estruturado. Exemplo disso é o Programa de Compliance e Integridade do Sistema Indústria, criado em 2019, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com os departamentos nacionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Serviço Social da Indústria (SESI) e o Núcleo Central do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) – as entidades que compõem o Sistema Indústria -, a partir das diretrizes estabelecidas por seus Conselhos.
Como funciona o compliance do Sistema Indústria?
O Programa de Compliance e Integridade surgiu com o objetivo de registrar oficialmente as ferramentas, os processos, as normas e as estruturas internas das quatro casas do Sistema Indústria. Além disso, contribui para o aprimoramento contínuo da governança e dos processos internos das instituições.
“O Sistema Indústria tem buscado modelos de gestão cada vez mais seguros, éticos, e preocupados com o fator humano. Adotamos, progressivamente, práticas de governança que conversam diretamente com o social e com o ambiental, bem como realizamos ações que visam respeitar e compreender as inúmeras posições que as pessoas têm no diálogo com a própria sociedade”, declara o superintendente de Compliance e Integridade da CNI, Osvaldo Borges.
Desde a implementação, a iniciativa se baseia nos valores da democracia, da livre iniciativa, da ética, da transparência e do reconhecimento dos profissionais. Para que esses princípios sejam mantidos e aplicados adequadamente, a prevenção, a detecção e a remediação de problemas institucionais são realizadas em nove eixos distintos. São eles:
Reformulações, implementações e iniciativas
Nos últimos quatro anos, o Programa de Compliance e Integridade trabalhou em cada um dos nove eixos para assegurar a evolução contínua do ambiente organizacional. Entre as novidades estão o novo Código de Conduta Ética, o novo Referencial de Procedimentos para Gestão de Riscos e o inédito Fórum Multissetorial para Sensibilização dos Valores Éticos.
Já no âmbito das iniciativas, vale destacar as 114 ações de comunicação interna realizadas ao longo de 2022 com o objetivo de engajar os cerca de 1 mil colabores da CNI, do SESI, do SENAI e do IEL. Foram abordados temas como diversidade e inclusão, promoção de valores éticos, educação para integridade, segurança da informação, entre outros.
“A sociedade exige, cada vez mais, a melhoria dos processos de gestão das organizações nacionais e internacionais. Nesse sentido, com o advento do Programa de Compliance e Integridade pudemos não apenas registrar normas, valores e práticas antigas, mas também avançar nas agendas de coordenação ética, diversidade e inclusão, transparência, gestão de riscos, entre outras”, ressalta Osvaldo Borges.
2º Encontro Nacional dos Gestores de Compliance do Sistema Indústria
Para manter uma colaboração coletiva entre o Conselho Nacional do SESI, os Departamentos Nacionais e Regionais do SESI e SENAI, e o SENAI/CETIQT, foi desenvolvida a Rede Colaborativa de Compliance, um ecossistema virtual focado na troca de experiências e disseminação de conhecimento e da cultura de compliance e integridade. Neste primeiro semestre, uma das ações realizadas pela Rede foi o 2º Encontro dos Gestores de Compliance do Sistema Indústria.
Durante 16 horas, distribuídas entre os dias 26 e 27 de abril, a sede da CNI em Brasília (DF) recebeu 60 representantes do Sistema Indústria de diferentes estados. Entre palestras, diálogos institucionais e painéis interativos, houve troca de experiências, sugestões organizacionais, alinhamento de valores e planejamento estratégico para o desenvolvimento sistêmico de agendas.
Na análise de Osvaldo Borges, a segunda edição do evento foi um grande passo adiante. “Nossos profissionais puderam compartilhar práticas do dia a dia e, juntamente a isso, fazer ponderações e sugestões, permitindo o contínuo aperfeiçoamento das nossas metodologias de governança e modelos de coordenação humanizada”, afirma.
Fonte: portaldaindustria