Depois da grande novela envolvendo Oscar Piastri, McLaren e Alpine esta sexta-feira o Conselho de Reconhecimento de Contratos da FIA (CRB) tomou uma decisão. Foi anunciado que o campeão australiano de F2 de 2021 correrá pela equipe de Woking em 2023. Além disso, o CRB detalhou as diversas falhas da Alpine em relação à Piastri que o levaram a procurar outra equipe.
Já é certo que Lando Norris terá o piloto de Melbourne como seu companheiro de equipe na próxima temporada. E sobre a decisão do CRB, a Alpine decidiu aceitar o julgamento e não irá apelar, mesmo que seja um piloto no qual investiram durante toda a carreira desde as categorias júniores. E segundo o RacingNews365, Piastri nunca assinou um contrato com a equipe francesa para 2023, decisão que foi confirmada pelo Conselho da FIA.
Na sentença, os mediadores Ian Hunter QC, Stefano Azzali, Prof. Dr Klaus Peter Berger e Matthieu de Boisseson descobriram que havia dois contratos para Oscar na Alpine. Um dos contratos era em relação à sua posição de reserva da equipe e um outro com uma possível vaga na F1 para 2023, mas diversas vezes a equipe não cumpriu prazos, fato que acabou frustrando seu empresário, o ex-piloto de F1, Mark Webber.
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A equipe francesa acreditava que uma “Folha de Termos” de 2022/23 datada em 2021 constituía um “contrato válido entre Piastri e a Alpine para a função de piloto de corrida nas temporadas de 2023 e 2024 da F1”. No entanto, o CEO da Alpine, Laurent Rossi, afirmou que esse seria apenas o ponto de início das negociações, e que os contratos seriam mudados em 10 dias úteis a partir de 15 de novembro de 2021.
Benedicte Mercer, diretora de assuntos jurídicos, disse que ouviu de Webber diversas vezes que “há tantas vezes que eu digo à Piastri e seu pai que ‘está chegando’”. Mercer disse que escreveu à Webber em fevereiro de 2022 depois de não ouvir mais sobre o assunto e que se sentia como: “Estou no meio de uma máquina girando em círculos e que ‘as coisas devem facilitar depois do lançamento – o que significa que posso pegar as coisas de onde parei no contrato de Oscar.”
Em março deste ano, após a abertura da temporada de F1 no Bahrein, o australiano de 21 anos ainda não tinha contrato com a Alpine – nem para reserva, nem para titular do assento em 2023. O rascunho de contrato de reserva de Piastri foi enviado em 4 de março, na esperança de que a equipe francesa iria mandar um contrato, para uma vaga no próximo ano, uma semana depois.
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O acordo, que foi apresentado ao CRB em 14 de março, não confirmava nenhuma extensão depois de 31 de dezembro ou possível vaga com a Alpine. Piastri recebeu o contrato dia 15 de março, e no momento Mercer alegou que era uma “medida de emergência” já que a temporada havia acabado de começar e nenhum acordo com piloto reserva estava em vigor. Sendo assim, Piastri não poderia receber sua superlicença – pois ainda não tinha um contrato. Ou seja, ele mais do que nunca precisava de um. A diretora de assuntos jurídicos foi obrigada a tratar a Folha de Termos de novembro de 2021 como um contrato vinculativo, na qual ela acrescentou as palavras “cabeça de termos juridicamente vinculativas”. A frase não estava no documento que Piastri recebeu. Então, o CRB decidiu que “se a Sr. Mercer genuinamente acreditava que a folha de termos era juridicamente vinculativa, não cabe a nós dizer.”
Em 19 de maio, o campeão de F2 recebeu da Alpine uma “Proposta 2023/2026”, detalhando seus planos de F1 para o período de quatro anos. O cronograma previa uma vaga na Williams em 2023, com a intenção de ficar lá em 2024, ainda que com uma cláusula de rescisão para devolvê-lo na segunda temporada, precisando ser confirmada até 31 de julho de 2023. De 2025 em diante, os planos eram de que Piastri virasse piloto titular da equipe francesa.
No entanto, a espera foi tanta que o jovem piloto decidiu explorar suas opções fora da Alpine para uma vaga em 2023. Em 3 de junho, Oscar assinou com a McLaren um “Acordo de pilotagem”, dependente do acordo do piloto com outras equipes “não serem mais eficazes”.
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E foi no dia 4 de julho que o australiano assinou de fato seu contrato com a equipe britânica – começando 1° de janeiro de 2023 – um dia após seu contrato como piloto reserva da Alpine expirar. O contrato foi considerado “válido e vinculativo”, já que fabricante francesa nunca assinou um acordo com ele para depois de 2022.
O CRB também reconheceu que a Alpine é responsável por todos os custos legais envolvidos no caso, incluindo a McLaren, o próprio Piastri e os membros do Conselho. A equipe de Enstone terá que pagar cerca de R$ 1.400.000,00 à McLaren, R$ 720 mil à Piastri e as taxas dos juris entre R$ 203 mil e 450 mil. Além disso, um juros do CRB de cerca de R$ 95.500,00. Ao todo a Alpine arcará com R$ 3.200.000,00 em honorários advocatícios, além de seus próprios custos.