Um renovado otimismo com relação às perspectivas de aumento de demanda por parte da China – maior produtora mundial de aço – manteve, pelo segundo dia, a tendência de alta do minério de ferro, nesta quarta-feira (10).
Como reflexo de cenário favorável, o contrato da commodity, com vencimento em junho próximo, na bolsa de Cingapura, subiu 1,9% a US$ 103,90 a tonelada, depois de atingir o pico de US$ 105,15, no início da sessão.
Ao mesmo tempo, o contrato do insumo siderúrgico mais negociado para setembro na bolsa de mercadorias e futuros chinesa de Dalian exibiu alta de 0,3% a 724 iuanes ou US$ 104,74 dólares a tonelada, após chegar a 733 iuanes, maior valor registrado, desde 24 de abril.
A reboque da tendência positiva, a consultoria e provedora de dados do setor, Mysteel relatou que seis siderúrgicas da província de Shanxi, na China, deverão retomar, mesmo que de forma gradual, a produção nas próximas semanas, mediante a obtenção de margens de comercialização melhores, em decorrência da redução dos custos de produção. Ainda segundo essa consultoria, a recuperação da produção local deverá aumentar a taxa diária de utilização do alto-forno de 74,8% para 89%.
Para o analista da corretora Marex, Al Munro, “certamente há um sentimento de que as autoridades chinesas provavelmente anunciarão mais medidas de apoio nas próximas semanas”.
Na avaliação da consultoria Sinosteel Futures, “considerando que a demanda ainda está enfrentando pressão de baixa, os traders estão menos motivados a transportar carvão metalúrgico”. Tal item siderúrgico teve recuo de 2,1% na bolsa de Dalian, após apresentar alta por dois dias seguidos, enquanto o coque caiu 2%.
Embora as importações de carvão da China tenham se reduzido no mês passado, após uma fase de 15 meses de altas, o acumulado do primeiro quadrimestre deste ano (1Q23) ainda cresceu 89%, no comparativo anual.
No paralelo, o principal setor demandante de aço, a construção civil, não ‘decolou’ na China, enquanto persistem preocupações com relação à desaceleração econômica nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos, o que pode afetar o esforço de retomada econômica pelo gigante asiático.
Fonte: capitalist