A partir desta sexta-feira o Brasil terá um desafio dentro e fora de quadra. Após 38 anos, o País volta a sediar a Copa América de basquete masculino e se vê pressionado para ter um bom desempenho após sofrer três derrotas seguidas nas Eliminatórias para o Mundial de 2023, sob o comando do técnico Gustavo de Conti. É o principal evento olímpico em território nacional neste ano.
A competição será disputada em sede única, no Recife, com todos os jogos no ginásio Geraldo Magalhães, o Geraldão, com 18 mil lugares. A princípio, 12 cidades se interessaram em receber o torneio. As exigências da Federação Internacional de Basquete afastaram algumas delas, até que restaram apenas duas. Brasília, no entanto, foi retirada pela Fiba em julho por uma questão de logística e exigências técnicas.
“Depois de 38 anos esse evento volta para o País. A maior competição olímpica no Brasil em 2022. É com muito orgulho que vamos entregar um grande evento para as Américas, com as 12 principais seleções do continente. E numa semana muito importante, onde anunciamos nosso novo patrocinador master, o galera.bet. São duas ótimas notícias que mostram como a governança e a credibilidade da CBB estão em sintonia com o que há de melhor no ecossistema do esporte mundial”, afirmou o presidente da CBB, Guy Peixoto Jr.
Foi necessário armar uma megaoperação para realização do torneio. Serão 600 pessoas trabalhando apenas no Comitê Organizador, além de outros 80 profissionais da Fiba e mais 40 de transmissão oficial. Ao todo, 70 países adquiriram os direitos de transmissão, com 130 jornalistas credenciados, de 14 países. As 12 seleções, em um total de 144 atletas, terão escolta armada no Recife. Nos jogos, serão 7.986 garrafas de água e 1.000 toalhas à disposição dos jogadores. Serão ainda 23.000 diárias de apartamentos e 3.500 refeições.
“Estamos falando do maior evento olímpico do Brasil em 2022. Faremos uma estrutura de arena comparada a uma venue olímpica, onde serão aplicados os conceitos mais modernos de marketing esportivo e transmissão de TV. Temos uma operação diária complexa com aproximadamente 600 profissionais atuando no Comitê Organizador. É um desafio entregar a AmeriCup no Recife, mas um projeto empolgante e que temos certeza, será um completo sucesso para quem assistir em casa e quem vier ao Geraldão. Vamos entregar a maior AmeriCup das últimas edições, não tenho dúvida disso”, explicou Maurício Santos, diretor executivo da AmeriCup.
FORMATO
São 12 países na disputa pelo título. A seleção brasileira está no Grupo A, ao lado de Uruguai, Colômbia e Canadá (adversário da estreia nesta sexta-feira). Já o Grupo B tem Argentina, Ilhas Virgens, Porto Rico e República Dominicana e, por fim, no Grupo C, estão Estados Unidos, México, Venezuela e Panamá. As duas melhores seleções de cada chave, além dos dois melhores terceiros colocados, avançam às quartas de final. A partir daí os confrontos são eliminatórias em jogo único.
A última vez que o Brasil sediou o torneio foi também em sua primeira conquista na Copa América. Em 1984, em São Paulo, Oscar Schmidt liberou o time que venceu os oito jogos na competição, garantindo o título e classificar para os Jogos Olímpicos de Los Angeles naquele mesmo ano e no Mundial de 1986, na Espanha. A seleção repetiu o feito em 1988, 2005 e 2009.
Apesar de atuar em casa, o Brasil não entra como favorito. A equipe passa por um momento de instabilidade após três derrotas seguidas nas Eliminatórias da Copa do Mundo. A seleção perdeu para Colômbia, Porto Rico e México, dificultando o caminho para uma classificação que parecia quase certa para o torneio que acontece no próximo ano, na Indonésia, Japão e Filipinas.
“A AmeriCup será muito equilibrada. Com elencos que se equivalem. Nos preparamos por três semanas para essa competição. Tivemos os jogos das Eliminatórias, onde não fomos tão bem, cometemos muitos erros, mas trabalhamos para corrigir e chegamos com a consciência de que podemos fazer uma grande AmeriCup”, afirmou o técnico Gustavo de Conti.
Além disso, o desempenho recente da Copa América também não é positivo. Nas últimas três edições (2013, 2015 e 2017), o Brasil não passou da primeira fase.
Para o armador Vitor Benite, o fator casa será fundamental para empurrar o Brasil em quadra. “É sempre bom jogar em casa, receber essa energia. Sabemos que será um campeonato duro, muito equilibrado, mas jogando dentro de casa, acredito na nossa força para nos recuperarmos desse momento e fazermos uma ótima campanha. Nosso grupo tem qualidade e nada melhor do que ter esse apoio da arquibancada para conseguimos dar a volta por cima.”
ONDE ASSISTIR
A Copa América terá transmissão exclusiva do SporTV. As três primeiras partidas serão exibidas pelo SporTV2. A estreia terá narração de Rembrandt Junior e os comentários do ex-jogador Marcelinho Machado.
CALENDÁRIO DO BRASIL
Sexta-feira – 20h10 – Brasil x Canadá
Sábado – 20h10 – Colômbia x Brasil
Segunda-feira – 20h10 – Brasil x Uruguai