Incentivar o desenvolvimento de atividades econômicas e sociais relacionadas a passeios e viagens de navio no litoral catarinense é o objetivo da Frente Parlamentar em Apoio ao Turismo Marítimo de Navios de Cruzeiros, lançada na manhã desta terça-feira (9), no Plenarinho da Assembleia Legislativa, proposta pelo deputado Emerson Stein (MDB).
Com o apoio dos parlamentares Carlos Humberto (PL), Ivan Naatz (PL) e Mário Motta (PSD), o grupo pretende promover iniciativas conjuntas entre estado e empresas, buscando desenvolver o potencial turístico do setor e fomentar a economia estadual por meio dele. Tratar dos entraves relacionados à carga tributária e debater a regulamentação da prática e serviço técnico de assessoria aos comandantes de navios também serão pauta do colegiado.
Além dos deputados, o evento reuniu prefeitos, secretários de turismo e entidades ligadas ao setor de hotelaria, eventos, restaurantes, náutica e cursos superiores de turismo.
Emerson Stein apontou que, além de promover iniciativas conjuntas entre o Estado e empresas, visando o desenvolvimento do potencial turístico do setor, a intenção da Frente Parlamentar é “tratar dos entraves relacionados à carga tributária buscando alavancar o setor no estado e debater a regulamentação da prática e serviços técnicos de assessoria aos navios de cruzeiro.”
Números e assuntos que movimentam o setor
Marco Ferraz, presidente executivo da Clia Brasil (Associação de Cruzeiros Marítimos), ligada à Cruise Lines Internacional Association (Clia), discorreu sobre os números relativos ao setor e sobre os assuntos que movimentam a pauta global de conversações, como fomento ao turismo e à economia, e sustentabilidade.
Segundo Ferraz, o choque causado pela pandemia e a parada total de circulação de navios de cruzeiro pelo mundo foi amenizado com o retorno das atividades e crescimento do setor desde o ano passado. Ele destaca que os estadunidenses são o maior público desses navios e que, por conta disso, as negociações da associação com o Ministério das Relações Exteriores estão avançando. “Uma boa notícia é a emissão de passaporte digital. Contudo o valor do visto para vir ao Brasil vai custar em torno de 185 dólares, então isso é uma barreira.”
Em comparação com a Austrália, Marco Ferraz apontou que sua população é menor do que o estado de São Paulo e eles têm mais cruzeiros marítimos do que a América do Sul inteira. “Isso demonstra que o potencial que a gente tem no Brasil é enorme. Os navios estão 41% no Caribe e 24% na Europa, ou seja, os dois juntos são os grandes reis dos mares, mas notamos o crescimento dos navios em outros lugares. Esse ano a gente vai para mais de 640 mil leitos e até 2028 teremos a criação de 66 novos navios.”
Em relação ao impacto mundial, em 2019, segundo Ferraz, o setor gerou 154 bi de dólares e 160 mil empregos. “Numa cidade onde embarca o passageiro, o impacto lá fora é de 385 dólares por passageiro. Ele chega antes, se hospeda, visita as atrações, faz uso da gastronomia e esse é o grande impacto na economia.”
Ferraz falou, ainda, sobre a criação de empregos e sobre o aperfeiçoamento de navios em relação aos impactos ambientais, como mudanças no design, energia elétrica e uso de combustíveis biodegradáveis.
O secretário de Estado do Turismo de Santa Catarina, Evandro Neiva Oliveira, reforçou a importância do setor para o estado e a vontade de ampliação de mais portos com infraestrutura para receber navios de cruzeiro. As cidades de Itajaí, Piçarras, Garopaba e Florianópolis estão cotadas como as mais desejadas num futuro próximo.
AGÊNCIA AL
Fonte: alesc.sc.gov