Óleo de câmbio e de direção precisam ser trocados?


A principal função dos óleos para câmbio e direção é lubrificar peças e engrenagens internas. Sua presença reduz o atrito entre componentes metálicos, evitando o desgaste excessivo. Porém, com tantos tipos de sistemas de transmissão e direção e variedades de óleos por aí, como saber se é preciso ou não trocar o lubrificante desses conjuntos?

Pedro Guatura, engenheiro de aplicação de controles de chassis no Grupo Bosch, afirma que não há uma regra geral e que a recomendação é seguir sempre o manual do fabricante do modelo.

Isso porque, segundo ele, no passado os carros tinham basicamente os mesmos câmbios, com poucas variações. Hoje a variedade de tipos de óleo e de transmissões é grande, portanto a regra para a substituição é sempre respeitar os limites de quilometragem indicados pelo fabricante.

“No passado, a transmissão era fechada e nunca se trocava o lubrificante, a não ser em caso de quebra. Hoje, há mais tipos de transmissões e a recomendação vai depender do tipo de óleo usado, da temperatura em que aquela engrenagem trabalha e, por exemplo, se houve infiltração de água no mecanismo. Por isso, o fabricante recomenda sempre seguir com o plano de revisão”, diz Guatura.

Com a evolução dos componentes, cada caixa de câmbio acaba sendo dimensionada para um tipo de trabalho, visando até quantos mil quilômetros vai durar. “Normalmente, a informação que consta no manual do proprietário já contempla se alguma manutenção deve ser feita. O problema é quando você compra um carro usado sem saber se trocas necessárias foram feitas, como foram feitas e, dependendo do tipo de óleo, do dimensionamento do câmbio e do uso, como estão as condições da engrenagem”, afirma o engenheiro da Bosch.

Marcelo Anzilotti, dono da Super Troca de Óleo Santa Cruz, localizada em São Paulo, comenta que o valor da troca de óleo de câmbio e direção varia muito de carro a carro. Modelos com câmbio CVT, operados por correia, formam a categoria com preços mais em conta, segundo o comerciante.

“No Honda HR-V, por exemplo – um SUV equipado com câmbio CVT – o cliente pode solicitar apenas uma troca parcial (prevista pelo fabricante), no valor de R$ 500. Nela são trocados de três a quatro litros de lubrificante a cada 40 mil/km. Se a troca for total, substituindo os oito litros de óleo mais o filtro, o valor sobe para R$ 1.200”, diz Anzilotti.

O empresário afirma que “o assunto é vasto, e somente o tema filtro de óleo vale uma conversa à parte”. Diz ainda que só faz trocas preventivas, e que não abre o cárter para a substituição do filtro quando ele está localizado lá dentro.

“Se a caixa de câmbio do automóvel for dessas mais convencionais, com até nove marchas, dotada de conversor de torque, como vemos nos carros da linha Chevrolet, da linha Volkswagen, no Jeep Renegade, na Fiat Toro, etc, a troca dos oito a nove litros de óleo, e mais o filtro, custa entre R$ 1.000 e R$ 1.500”, relata.

O valor também varia muito dependendo do local de troca, do tipo de produto usado e até do fornecedor. “Tem gente cobrando R$ 300 por uma troca de óleo, mas precisa ver qual é o tipo de óleo e o tipo de serviço que está sendo feito”, explica Anzilotti.

Em câmbios de dupla embreagem, por exemplo, a troca é mais cara porque o lubrificante é específico. É o tipo de óleo usado por Volkswagen Jetta, alguns carros da Audi, da linha Mercedes-Benz GLA, entre outros. É um câmbio mais moderno e delicado, que exige trocas mais frequentes e com custo entre R$ 1.500 e R$ 2.000”, conclui Anzilotti.

A prática de recorrer ao manual do proprietário também vale para averiguar a necessidade de substituir o óleo do sistema de direção. Aqui também a resposta é: depende. “Guardadas as particularidades de cada sistema de direção, a regra é checar se o conjunto foi violado. Também tem que verificar o espaçamento de cada revisão, porque tem sistema mais robusto, que exige revisão a cada 50 mil/km, e tem sistema menos robusto, que pede manutenção mais frequente“, afirma.

“Cada caso é um caso. Tem carros com direção elétrica, com direção hidráulica, com câmbio manual, câmbio automático, automatizado, CVT etc. Vai depender do tipo de carro”, diz Guatura.

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Fonte: direitonews

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