Crítica: Predestinado recupera crença na mediunidade após João de Deus


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Em 2018, o Brasil parou com a condenação do médium João de Deus por crimes sexuais contra mulheres que acreditavam em seu poder de cura. Na época, muito se questionou sobre a verdade do espiritismo, da fé “cega” na religião e, claro, da verdade por trás dos trabalhos espirituais de John of God, como o homem era conhecido em outros cantos do mundo. O filme Predestinado, que será lançado nesta quinta-feira (1º/9) em cinemas de todo o Brasil, trabalha para recuperar a crença na mediunidade com uma história real.

Predestinado acompanha a vida do médium mineiro José Pedro de Freitas, mais conhecido como Arigó. Através do espírito de Dr. Fritz, médico alemão falecido durante a Primeira Guerra Mundial, José Arigó se tornou uma esperança de cura para milhões de pessoas ao redor do mundo.

Veja o trailer:

Ele foi alvo de críticas por parte dos mais céticos, mas com o apoio de sua esposa, conseguiu salvar inúmeras vidas por intermédio da cirurgia espiritual. Predestinado a ajudar sem receber nada em troca, Arigó é hoje reconhecido como um dos maiores fenômenos mediúnicos da história.

Mesmo que a história de Arigó remeta brevemente ao caso de João de Deus, as semelhanças param por aí. O filme se preocupa mais em mostrar a vida do homem bondoso e benevolente que foi o médium mineiro do que em “forçar” uma crença na mediunidade.

Por meio de suas “cirurgias espirituais” — que incluem momentos de certo terror no longa de Gustavo Fernandez —, o personagem de Danton Mello prova que o brasileiro ainda carrega, principalmente após o caso João de Deus, preconceitos com a religião e a mediunidade.

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O roteiro deixa em aberto um antagonismo claro entre a Igreja Católica e o médium, e Arigó chega a ser preso por seus atos considerados impróprios na visão da crença dominante no país. Enquanto tudo isso acontecia em território brasileiro, uma equipe dos Estados Unidos estudava o religioso para entender de onde vinha seu poder de cura.

Predestinado promete (e cumpre) a possibilidade do brasileiro de acreditar que a fé, o amor e a bondade movem montanhas. O longa ainda traz Danton Mello, Juliana Paes, Alexandre Borges, Marcos Caruso, João Signorelli e mais para um elenco que fecha com chave de ouro o que promete ser um sucesso na bilheteria nacional.

Avaliação: Ótimo

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