‘Davos do Oriente’: líderes asiáticos expressam preocupações sobre impacto da rivalidade no Pacífico


O Fórum de Boao para a Ásia, também chamado de “Davos do Oriente”, estabelecido em 2001, é uma organização sem fins lucrativos que acolhe fóruns de alto nível para líderes governamentais, empresariais e académicos da Ásia e de outros continentes para partilharem a sua visão sobre as questões mais prementes da região e do mundo em geral.
O fórum deste ano decorre de 28 a 31 de março sob o lema “Um mundo incerto: solidariedade e cooperação para o desenvolvimento em meio a desafios”. Pela primeira vez desde a pandemia, o fórum terá lugar inteiramente off-line.

“As relações entre os EUA e China foram os ‘mais preocupantes’ e as tensões entre os dois foram sentidas ‘profundamente’ em todo o mundo”, disse o primeiro-ministro de Cingapura Lee Hsien Loong ao fórum, na quinta-feira (30), segundo o artigo.

Da esquerda à direita, Anthony Albanese, primeiro-ministro da Austrália, Joe Biden, presidente dos EUA, e Rishi Sunak, primeiro-ministro do Reino Unido, na base naval Point Loma em San Diego, Califórnia, EUA, 13 de março de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 30.03.2023

Ele também recordou a responsabilidade que têm as grandes potências perante o mundo.

“As grandes potências têm a pesada responsabilidade de manter relações estáveis e viáveis umas com as outras, porque qualquer conflito entre elas vai ter consequências graves, para elas próprias e para o mundo”, cita a edição o primeiro-ministro.

O líder de Cingapura expressou também a esperança de que a China e os Estados Unidos sejam capazes de estabilizar suas relações e estabelecer confiança e respeito mútuos, enquanto a fenda entre as grandes potências não só terá um impacto negativo nas economias regionais, como também dificultará os esforços para enfrentar os prementes desafios globais.
Crianças agitam bandeiras e flores nacionais do Brasil e da China para dar as boas-vindas ao presidente do Brasil, Michel Temer, durante uma cerimônia de boas-vindas do lado de fora do Grande Salão do Povo em Pequim (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 30.03.2023

O seu homólogo da Malásia, Anwar Ibrahim, sublinhou a necessidade de conversas entre os principais líderes para evitar que a concorrência tome um rumo destrutivo.

“Enquanto a concorrência geoeconômica no passado se centrava em mercadorias e recursos, a corrida atual é sobre tecnologia de ponta, como demonstrado, por exemplo, na competição na indústria de semicondutores”, disse o primeiro-ministro malaio.

A Malásia representa cerca de 7% do comércio mundial de semicondutores e é um elo crítico na cadeia de fornecimento global de chips avançados, sendo a China um dos seus principais mercados de exportação.
Há preocupações de que os fabricantes de chips malaios sejam apanhados no fogo cruzado, uma vez que os EUA restringem o acesso da China à tecnologia avançada de semicondutores.
Os países do Sudeste Asiático têm evitado até agora tomar partido na rivalidade entre os EUA e a China e, como disse Lee, a região vai ficar aberta à construção de laços com o resto do mundo para manter uma competição saudável.
Bandeiras dos Estados Unidos e da China exibidas em um riquixá em Pequim em 16 de setembro de 2018. - Sputnik Brasil, 1920, 31.03.2023

Fonte: sputniknewsbrasil

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