Mafra discute implantação de escola cívico-militar no município


A cidade de Mafra, no Planalto Norte catarinense, está discutindo a possibilidade da instalação de uma escola cívico-militar no município. O modelo, que leva em conta a gestão compartilhada da unidade de ensino entre civis (professores e diretores) e militares, foi tema de audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (31), no auditório do Sicoob Credinorte, em Mafra.

O debate foi promovido pela Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Alesc e foi presidido pelo deputado Marcos da Rosa (União), que coordena a Frente Parlamentar de Apoio às Escolas Cívico-Militares. Conforme explicou o parlamentar, a audiência foi realizada a pedido da vereadora de Mafra, Dircelene Dittrich (Podemos), que defende a proposta de transformar uma das escolas municipais da cidade em uma unidade no modelo cívico-militar.

“A proposta da escola cívico-militar é uma resposta ao cenário atual da educação no nosso país, que registra alto índice de evasão escolar e de agressões físicas, verbais e patrimoniais. E é diferente do que muitas pessoas que não concordam com o que esses projetos pregam: não se trata de uma militarização dos alunos, mas sim um método de coparticipação da gestão da escola. Os valores consagrados desse modelo educacional são civismo, dedicação, excelência, honestidade, respeito, entre outros”, defendeu Rosa.

A vereadora de Mafra, Dircelene Dittrich, afirmou que a implantação da escola cívico-militar no município é um anseio da população. “A Câmara de Vereadores abraçou a causa. Todos os parlamentares aprovaram de estarmos juntos lutando por uma escola cívico-militar em Mafra. Se nós entramos em um acordo de que seria bom para o município, decidimos então fazer as tratativas corretas para alcançarmos esse objetivo”, disse.

Resultados positivos
Isabela Alves de Souza, diretora do Colégio Cívico-Militar Estadual Dr. Ovande do Amaral, de Rio Negro, no Paraná, compareceu à audiência pública para falar sobre a experiência da unidade de ensino que ela coordena. Segundo a diretora, a experiência tem sido positiva em todo o estado paranaense, que já conta com 192 escolas cívico-militares. O colégio gerido por Isabela foi implantado há dois anos e os resultados, conforme afirma, surpreenderam.

“Quando eu entrei na escola, eram 380 alunos e hoje somos em quase 800. No Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Ministério da Educação, a unidade alcançou 6,3 de pontuação, ficando em quinto lugar na região metropolitana sul. Hoje, para se ter uma ideia, não há mais briga. Quem entra no colégio vê que está todo mundo em silêncio, prestando atenção, todos muito motivados em aprender. A nossa realidade mudou muito”, esclareceu Isabela.

Primeira etapa
O deputado Marcos da Rosa informou que atualmente funcionam mais de 200 escolas cívico-militares no país, atendendo mais de 120 mil alunos, e outros 350 municípios estão na lista de espera para ganhar uma unidade escolar nesse modelo. Em Santa Catarina, são nove escolas implantadas com a supervisão da Secretaria de Estado da Educação.

Conforme explicou o parlamentar, a realização da audiência pública é a primeira etapa no processo de instalação de uma escola cívico-militar. “Após isso, há a possibilidade de fazer um convênio com uma entidade sem fins lucrativos. Temos hoje no país a Abemil, a Associação Brasileira de Educação Cívico-Militar, com quem é possível firmarmos um termo de cooperação e, a partir daí, há um custeio por parte do município por meio deste termo de cooperação”, adiantou o deputado.

Outra etapa necessária para a implantação da unidade cívico-militar é a tramitação e aprovação de um projeto de lei na Câmara de Vereadores para que a escola passe efetivamente a funcionar.

Com informações da TVAL

Daniela Legas
AGÊNCIA AL

Fonte: alesc.sc.gov

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