Cientistas acham anormalidades em sangue de pessoas com Covid longa


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Dois anos e meio depois do primeiro caso de Covid-19 ter sido diagnosticado, a ciência desenvolveu vacinas, a taxa de mortalidade diminuiu muito, mas os pesquisadores ainda tentam entender exatamente como a Covid longa acontece, e como tratá-la. Estima-se que um em cada cinco pacientes que tiveram a infecção sofrem com seus efeitos nas semanas seguintes.

Um estudo publicado em versão pré-print por imunologistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, parece estar perto da resposta. Analisando amostras de sangue de 99 pacientes com Covid longa, os cientistas enxergaram até os aspectos granulares das células T de defesa, que participam da resposta do corpo contra as infecções.

Eles descobriram que os pacientes com Covid longa apresentavam baixos níveis de cortisol, o hormônio do estresse, que ajuda o corpo a controlar inflamações, entre outras funções.  Alguns sintomas da queda do cortisol são fadiga e fraqueza muscular — exatamente os sinais mais comuns da Covid-19.

As células T também parecem estar lutando contra invasores mesmo semanas após a infecção — ainda não está claro se a batalha é contra reservatórios de coronavírus escondidos no corpo, ou se outros vírus, como o Epstein-Barr. Os cientistas encontraram marcadores de células exaustas pela longa luta, o que causa inflamação crônica no organismo.

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A imunologista Akiko Iwasaki conta que foi difícil encontrar pessoas que tiveram Covid-19 e não sofreram depois da infecção para formar o grupo controle — dos 119 voluntários, só 39 não tinham Covid longa. A doença não é uniforme, e é difícil criar um padrão para classificar os pacientes.

Os resultados ainda são preliminares, mas a comunidade científica acredita que o trabalho pode dar dicas sobre como lidar com os pacientes, testando medicamentos como o Paxlovid ou terapias usadas para lidar com doenças autoimunes.

“Como uma cientista, claro que gostaria de ter todas as peças do quebra-cabeça antes de começar a fazer ensaios clínicos. Mas os pacientes não podem esperar”, afirmou Akiko, em entrevista à revista científica Science.

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