Em 2017, um corpo de 400 metros de comprimento foi identificado como o primeiro objeto interestelar conhecido e observado a passar pelo nosso Sistema Solar. Denominado de Oumuamua, ele era diferente de qualquer coisa observada anteriormente.
Agora, uma nova pesquisa visa fechar a questão sobre a órbita do cometa interestelar com uma explicação mais simples. Um estudo descrevendo os resultados foi publicado na quarta-feira (23) na revista Nature, coordenado por Jennifer Bergner, professora assistente de química na Universidade da Califórnia, Berkeley.
A aparição de Oumuamua provocou debate entre os astrônomos assim que apareceu.
“Foi um momento emocionante dentro da astronomia quando Oumuamua foi descoberto pela primeira vez, e se tornou cada vez mais intrigante, já que quanto mais aprendíamos sobre ele, mais difícil se tornava explicar seu comportamento”, disse Bergner.
Inicialmente considerado um asteroide, e por alguns até mesmo uma nave espacial alienígena, logo Oumuamua acabou por ser mais como um cometa. No entanto, ele não parecia um cometa, nem tinha uma cauda ou um envelope de gás e poeira, chamado de coma, que todos os cometas têm.
© NASA . NASA/ESA/STScI / Ilustração mostra asteroide Oumuamua indo na direção à periferia do Sistema Solar (imagem ilustrativa)
Ilustração mostra asteroide Oumuamua indo na direção à periferia do Sistema Solar (imagem ilustrativa)
© NASA . NASA/ESA/STScI /
Posteriormente, Jennifer Bergner foi acompanhada por Darryl Seligman, um pesquisador da Fundação Nacional de Ciência da Universidade de Cornell em Ithaca, Nova York. Os dois começaram a trabalhar juntos em maneiras de testar teorias de aceleração para o cometa interestelar.
O modelo proposto por Bergner e Seligman permite entender as propriedades estranhas de Oumuamua, que teria uma origem semelhante à dos cometas. Seria um planetesimal gelado, isto é, um pequeno objeto esboçado nos estágios iniciais de um sistema planetário.
“O ponto é que Oumuamua é consistente com ser um cometa interestelar padrão”, observa Bergner. “Os modelos que desenvolvemos são consistentes com o comportamento de cometas e asteroides que vemos no Sistema Solar.”
O modelo também explica por que Oumuamua não tem a característica que mais distingue os cometas, a cauda: “Mesmo que houvesse poeira na matriz de gelo, esta não é sublimada, mas apenas reorganizada para liberar hidrogênio”, observou Seligman.
Na prática, Oumuamua seria um dos chamados “cometas escuros”, sem a cauda característica, que foram observados recentemente.
Fonte: sputniknewsbrasil