Vinte anos após a invasão do Iraque, os EUA procuram controlar a situação não só no próprio país, mas em toda a região, afirmou na segunda-feira (20) Anatoly Antonov, embaixador da Rússia em Washington.
“Tendo invadido ilegalmente um país soberano em 2003, as forças militares americanas ainda não saíram de seu território. Agora, escondendo-se atrás dos nobres objetivos do antiterrorismo, na verdade, querem manter a situação não apenas no Iraque, rico em recursos naturais, mas também na região como um todo sob rígido controle, desempenhando o papel de gendarme”, diz a declaração do diplomata.
Segundo Antonov, mesmo após 20 anos, os EUA se recusam a reconhecer seus próprios erros.
“Incluindo ao mais alto nível, eles afirmam que a campanha militar para derrubar [o então presidente iraquiano Saddam] Hussein foi justificada”, disse ele.
Há precisamente 20 anos, uma coalizão internacional liderada por Washington lançou uma operação militar de codinome Operação Iraqi Freedom. Ela durou até 1º de maio de 2003, sem a aprovação da ONU.
Os EUA apontaram a ligação de Hussein com o terrorismo internacional e a declaração da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) de que havia arsenais de armas de destruição em massa no Iraque, como justificativa para a invasão, apesar de as declarações da inteligência norte-americana terem sido reveladas como falsas.
Segundo o Departamento de Defesa dos EUA, durante a guerra no Iraque morreram 4.431 militares americanos e cerca de 32.000 foram feridos. A Organização Mundial da Saúde crê que somente no período de 2003 a 2006 até 223 mil iraquianos se tornaram vítimas da guerra. Especialistas internacionais estimam que a guerra no Iraque roubou a vida a um total de 1 a 1,4 milhão de pessoas.
A guerra exacerbou o conflito entre sunitas e xiitas, desencadeou caos no Iraque e preparou o caminho para a emergência do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países).
Fonte: sputniknewsbrasil