Os servidores da Secretaria Municipal de Saúde vivenciaram momentos de introspecção durante o desenrolar das palestras sobre violência doméstica realizadas no auditório da Sesmt. “De mulher para mulher” foi o tema tratado com as mulheres, no dia 23, e com os homens, na quarta-feira (24), o conteúdo abordava “Era violência? Eu não sabia”. Em ambas, os respectivos participantes saíram com o semblante de satisfação pelo nível de aprendizado adquirido. As palestras integram o trabalho da coordenadoria de Programas Especiais/Atenção Primária/Secretaria Municipal de Saúde proposta na Humanização da SMS e PMC.
“Foi prazeroso também para mim enquanto palestrante. O que vi no término da explanação foram fisionomias estampando mais alegria. Chegaram com indiferença e no transcorrer participaram efusivamente com questões práticas e questionamentos sobre o que entendem como dificuldades para homens. Fico feliz em ser útil. O Judiciário não está só para punir, mas para prevenir a violência doméstica”, relatou Jamilson Haddad Campos, Juiz de Direito, que palestrou sobre “Era violência? Eu não sabia”.
“Foi bom demais, sai enriquecido de conhecimentos, com domínio maior em relação à Lei Maria da Penha que trata da violência contra a mulher, e, portanto, mais seguro de como agir quando a vítima precisa, no sentido de orientar e auxiliar pessoas que precisam. E nós, profissionais da saúde, precisamos ter esse discernimento”, frisou Érisson Rariel da Silva, técnico orçamentário, 33, casado, pai de uma menina.
Para as mulheres, o conteúdo “De mulher para mulher” com a defensora pública Rosana Leite Antunes de Barros, abordava a temática da violência doméstica e suas peculiaridades, inclusive a Lei Maria da Penha criada para proteger as mulheres vítimas de violência doméstica.
Existem diferentes tipos de violência doméstica, psicológica, física, portanto a atenção deve estar voltada para tudo dentro de casa. Ao notar mudança de comportamento da filha durante o namoro, pois o agressor não vem com identificação na testa. “Ele vai dando sinais de um possível agressor”, explicou Rosana ao lembrar a platéia que qualquer violência em casa é crime e que a lei Maria da Penha veio para a mulher se sentir protegida.
Segundo a defensora, que desde 2011 só defende mulheres na Defensoria Pública, a casa é lugar de refúgio. E a maior dúvida para a mulher ainda é de como cessar o círculo vicioso da agressão. “Se a mulher não quer voltar para casa é sinal de que algo está acontecendo. Muitos dos agressores só param com a justiça, e precisa ser denunciado para evitar que outras mulheres sejam vítimas”, pontuou.
Luciana Silva de Arruda, servidora da Atenção Básica, já foi vítima. “Sabia do assunto, mas não tinha participado ainda de uma palestra tão abrangente assim. Tinha algumas dúvidas como profissional, para me instruir no desempenhar do meu trabalho. Na vida pessoal eu já vivenciei a violência doméstica, mas ficou no passado”, revelou.
As palestras fazem parte da proposta da Humanização da SMS e PMC. “Integram as ações de políticas públicas de saúde de promoção ao conhecimento técnico que podem ser expandidas através dos colegas da SMS. Ao conhecer melhor, cada um pode ser multiplicador na luta de enfrentamento a violência doméstica e familiar”, destacou Márcia Rocha, responsável técnica da política municipal da saúde do homem da SMS.