Especifica-se que os inspetores da AIEA, durante as atividades de verificação em 14 de março, descobriram que dez barris contendo cerca de 2,5 toneladas de urânio natural na forma de concentrado de minério de urânio não estavam, como foi anteriormente declarado, em uma das instalações na cidade de Seba, Líbia.
Rafael Grossi, diretor-geral da agência, informou disso os Estados-membros da AIEA na quarta-feira (15).
“As posteriores ações da agência envolverão o esclarecimento das circunstâncias que envolvem a remoção do material nuclear e sua localização atual“, disse a AIEA à Sputnik.
Segundo a Associated Press (AP), cada tonelada dessas substâncias pode ser convertida em 5,6 kg de material necessário para construir uma bomba atômica.
Desde que o líder líbio Muammar Kadhafi foi derrubado e morto em 2011, em Seba está instalado um vazio de poder, com uma rota de migração ilegal atravessando a cidade e, segundo a ONU, casos de tráfico de escravos.
Nos últimos anos, a cidade tem sido geralmente controlada pelo Exército Nacional Líbio do marechal de campo Khalifa Haftar.
No total, de acordo com várias estimativas, as autoridades líbias acumularam cerca de mil toneladas de concentrado de urânio durante o governo de Kadhafi (1969-2011).
Em 2003, após a invasão dos EUA no Iraque, ele revelou à comunidade internacional o desenvolvimento do programa nuclear da Líbia e em 2009 os inspetores internacionais retiraram do país os últimos estoques de urânio enriquecido.
Contudo, de acordo com a ONU, cerca de 6,4 mil barris de concentrado de urânio estavam armazenados em Seba em 2013.
Fonte: sputniknewsbrasil