“É um país que, no fundo, acabou enfrentando várias sanções, tendo uma economia bastante penalizada, e viu, inevitavelmente, seus cidadãos emigrarem em massa para a África do Sul“, relatou Santos.
Como as sanções afetam o Zimbábue?
“Quando os investidores veem que não há suficiente segurança no país, as pessoas não investem. As empresas não investem, receiam mais o risco”, explica. “Estamos falando do Zimbábue, um país de língua anglo-saxã, então é evidente que parte essencial dos investidores venham desses países e as sanções acabem por minar a possibilidade de esses empresários investirem.”
“Gerou prejuízos enormes à economia do Zimbábue. Isso acabou por tornar o país muito dependente da importação. Portanto quase tudo vinha do mercado internacional. O Zimbábue era um celeiro muito forte em termos de agricultura na África e acabou por ficar bastante penalizado, e isso, claro, afetou diretamente a economia. Acabou por criar dificuldades enormes aos agregados familiares, e navegou-se nessa situação da crise econômica em que os níveis de inflação foram incalculáveis”, avaliou.
Reformas provocadas por ‘convulsão social’
“O processo de descolonização do Zimbábue serviu como modelo para outros países da região da África Austral. Mas, ao contrário da África do Sul, verifica-se no Zimbábue uma africanização, uma transição de poder, nas forças armadas e no Estado. Os antigos guerrilheiros acabaram assumindo postos de oficiais do Exército”, indica Gissoni.
“Na década de 1990, vimos o avanço dos movimentos de ocupação de terra, com caráter descentralizado e antiburocrático, em um processo liderado pelos veteranos de guerra. Não os que estavam na administração pública, mas os veteranos da guerra de libertação nacional. Esses movimentos se intensificam em meados da década de 1990”, explica.
Sanções internacionais ‘não se justificam’
Fonte: sputniknewsbrasil